
Totinha "despachando" pela janela, sorrindo

Desce a sacola pela janela da cela

O secretário coloca a encomenda...

...confere e vai embora
Preso há seis meses, o prefeito de Fênix, Aristóteles Dias dos Santos Filho (PMDB), arranjou um jeito de receber encomendas sem passar pela vistoria policial. A ajuda externa é do secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Edson Rudeck, que alcança sacolas, içadas por corda e recebidas pela janela da cela, no segundo andar da delegacia de Campo Mourão. O delegado Haroldo Vergueiro Davison garantiu que irá investigar o caso. O primeiro passo será notificar o funcionário para dar explicações a respeito da encomenda. “Ele deveria comunicar um policial para entregar o objeto, pois da forma como fez gera dúvidas”.
O secretário que se deslocou de Fênix a Campo Mourão com um veículo cedido ao município pelo Instituto Ambiental do Paraná, foi flagrado por volta das 11h30, enviando a encomenda ao prefeito. Santos Filho foi preso por determinação do Tribunal de Justiça do Paraná, acusado de ser um dos mandantes da morte do ex-prefeito de Fênix, Manoel Custódio Ramos (PMDB). O crime aconteceu em fevereiro do ano passado. Ramos foi atingido por cinco tiros no tórax e cabeça quando chegava em casa. Por falta de uma cela na carceragem da delegacia, Santos Filho foi transferido para o regime semi-aberto onde os detentos saem durante o dia e retornam a noite. “É uma cela especial onde ele não deveria estar, mas foi um pedido da Justiça”.
Procurado, o secretário argumentou que esteve em Campo Mourão para fazer uma visita ao prefeito preso e para pegar uma mangueira de uma bomba lava-jato que estava no conserto. “Como a mangueira ainda não estava pronta, almocei e comprei uma marmita para ele”, alega. Na empresa onde estaria a mangueira, um funcionário informou que o equipamento foi deixado há 15 dias e que o conserto foi concluído na sexta-feira. “Nessa semana, ninguém da prefeitura passou pegar a mangueira”, diz o funcionário, que não quis ser identificado.
[O flagrante foi feito na segunda-feira]
(Texto e fotos Dirceu Portugal)
Continue lendo