Desvio de foco
Do ex-blog de Cesar Maia:
1. Os juízes de primeira instância, na melhor das intenções sociais, vêm dando com flexibilidade mandados de execução para que os governos entreguem em prazos curtos, medicamentos aos pacientes. Nada mais justo, desde que o beneficiado seja alguém que não tenha renda suficiente e que dependa do setor publico que deve garantir constitucionalmente os seus direitos.
2. Mas não é isso o que vem ocorrendo. Uma verdadeira máquina de médicos e advogados está a serviço dos que tem renda para iludir a boa fé da justiça e obter de graça medicamentos que seus clientes poderiam comprar, já que nada tem a ver com o sistema SUS. É claro que não vale a pena contratar um advogado, para um medicamento. Só a economia de escala justifica essa máquina. Dinheiro da Saúde Pública que vai pelo bueiro.
3. Conheça os dados de pesquisa apresentados no recente II Congresso Internacional de Direitos Sociais. A pesquisa foi realizada na Farmácia de Ação Judicial, órgão que a prefeitura de São Paulo criou para atender todas as demandas oriundas de decisão judicial.
4. Quem são beneficiados? 3600 cidadãos. Definiram uma amostra de 160 entrevistados e perguntaram dentre outras:
a) Quem prescreveu a medicação? 60,23% - particular - 3, 13% SUS - 26,25% - SUS Referência (maioria hospitais universitários).
b) condutor da ação: Advogado particular - 38,75% - PAJ- 28,75; MP 1,88% - Associações e ONGS - 21,25% - Outro 9,38%.
OBS - Em relação as associações e ONGS constataram não se tratar de um maior engajamento das organizações civis. 67,65% era pra um único medicamento - artrite rematóide. Os entrevistado não sabiam nada a respeito da associação ou ONG. Forte indicação de que poderia ser algum laboratório farmacêutico tentando forçar o poder público a incluir a medicação na lista de fornecimento gratuito. c) Utiliza o SUS em algum outro tipo de prestação? Sim 40%. Não 60%
2 pitacos:
É claro que a justiça sabe quem sao os beneficiados, acharmos que a justiça é tao ingenua a esse ponto, só voce Rigon, que quer acreditar em Papai Noel
Não defendendo aqui os mais abastados, até porque sou, digamos... remediado mas, isso está certinho sim. Nossa constituição não distingue quem é que pode ter direito disso ou daquilo e, no caso da saúde, ela é clara no sentido do estado suprir todas as necessidades que o cidadão (sem distinção) tiver.
Quem é que sabe se o cara pode ou não pode? Tem um filtro? Uma peneira de riqueza?
A discriminação é que é proibida... saúde é para todos, todos, independente de sua posição social. E, se estão ganhando na justiça, é exatamente por causa disso.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.