Vereadores recebem carta sobre a ex-rodoviária

Antes da votação do projeto que pretende acelerar o processo de incorporação imobiliária da antiga estação rodoviária - e todos já sabem que quem vai fazer e ganhar dinheiro é um conhecido empresário do setor cujo nome está numa lista de doação de campanha do TSE -, os vereadores receberam uma carta, assinada por proprietários de lojas daquele prédio. Tenho a carta como um desabafo (quem quiser vê-la na íntegra pode clicar aqui e aqui).
Em resumo, a carta apela aos vereadores para que rejeitem o projeto; a maioria, claro, nem tomou conhecimento. A correspondência, no entanto, avisa que o poder público municipal corre o risco de responder a ações por indenização financeira e moral. O prefeito, diz a carta, ao buscar por qualquer meio fazer prevalecer seu intento, está ignorando a existência de uma ação que tramita na 2ª Vara Cível e que está perto de um desfecho. "Resta apenas a conclusão da perícia quanto às condições estruturais do prédio para o seu julgamento", dizem os proprietários, lembrando que a ação visa anular a interdição, pois seguiu procedimento ilegal: há 11 meses eles foram despejados de suas lojas comerciais, interromperam suas atividades e 200 famílias foram atingidas sem que houvesse qualquer comunicado prévio e sem a existência de risco de desabamento imediato (afinal, lá se vai quase um ano...).
O prefeito, sem conseguir impor a venda compulsória aos proprietários das lojas, agora busca o apoio dos vereadores e descumpre, segundo a carta, o Plano Diretor "porquanto esse apenas permite a desapropriação sem pagamento, por meio de edificação obrigatória, quando a propriedade não estiver cumprindo sua função social, o que não é o caso das lojas (...) onde todos trabalhavam".