Quase não há vestígios do passado
Do parecer sobre a Estação Rodoviária Américo Dias Ferraz, em 2007:
A cidade de Maringá, apesar de ter apenas 60 anos, exibe em seu espaço a procura incessante pela modernização, a mudança frenética de sua paisagem numa contínua ruptura com um passado tão recente. Maringá parece adequar-se à interpretação cunhada por Michel De Certeau de cidades que nunca aprenderam “a arte de envelhecer exibindo todo os seus passados. Seu presente se inventa hora a hora, no ato de deitar fora suas realizações prévias e desafiar o futuro” (De Certeau, 1994, p. 21).Nesta cidade, quase não se encontram vestígios de seu passado tão próximo, uma vez que a transformação deita por terra muito do que é concebido como velho e que deve ser superado para a continuidade do que se entende por progresso. Parece haver, por parte dos habitantes de Maringá, uma participação mais contemplativa do que ativa no que diz respeito aos problemas da transformação urbana e da demolição de signos do passado. Uma participação que pode ser considerada pouco expressiva quando se buscam ações para a preservação dos bens que remetem ao passado, iniciativas que não raras vezes esbarram num contexto adverso, pois envolto com os ideais de progresso que se expressam em discursos nos quais o “novo” e o “moderno” aparecem como sinônimos da beleza e da superioridade.
1 pitacos:
De fato. Os que administram e administraram a cidade de Maringá ainda carregam conceitos de provincianos. Não estamos preservando para a nossa história absolutamente nada. A força, e os interesses do capitalismo é muito maior e mais importante que preservar memórias para o futuro.
O que seriam, por exemplo, das cidades mineiras e tantas outras que se transformaram em regiões turisticas se não houvesse a preservação de seus patrimonios culturais?
Estão tirando da cidade as páginas que poderiam, no futuro, contar aos nossos descendentes o como isto foi colonizado e construído. Siquer tem idéias, as pessoas que só pensam em demolições, o quanto isto é importante para a nossa memória e a memória da cidade. É uma pena, também, tanta insensibilidade com os pioneiros que contribuiram com a construção da cidade.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.