28.8.09

O trem e o ensino superior em Maringá

A entrada no ensino superior e a oportunidade de frequentar uma universidade pública, gratuita e de qualidade, são fatores essenciais para o acesso ao mercado de trabalho e ao desenvolvimento da sociedade. Contudo, o acesso e a permanência nesse nível de ensino somente é possível se as necessidades básicas dos alunos (alimentação, saúde, transporte, vestuário...) estiverem resolvidas. O transporte escolar é um dos benefícios que podem contribuir para o acesso e a permanência numa universidade. Apesar da crescente oferta privada de ensino superior, é inegável o papel atrator da UEM nessa região, o que consolida um crescente movimento migratório e pendular das cidades do entorno na direção de Maringá.
A implantação do trem de passageiros de Paiçcandu a Ibiporã pela Ferroeste trará muitas vantagens para esse nível de ensino em Maringá.

Com os trens leves de passageiros obter-se-á economia de tempo no transporte de alunos. Sabemos o quanto alunos transportados por longas distâncias costumam ficar distraídos e sem concentração nas salas de aula. O desgaste físico das viagens interfere, sobremaneira, no desempenho escolar.
Outro fator que norteia o transporte de alunos, e que é também causador de desgaste e exclusão de muitos interessados, é o custo elevado dessa mobilidade. Além disso, a vulnerabilidade que envolve esses deslocamentos diários, desde simples atrasos, falta de conforto nos ônibus, inexistência de cintos de segurança, até situações mais graves como acidentes e assaltos.
Predominantemente, o transporte dos alunos em busca do ensino superior é resolvido através de estratégias individuais ou de grupos particulares, e não como uma iniciativa subsidiada pelo poder público. Com a iniciativa da FerroesteE poder-se-ia implantar o passe estudantil ferroviário de nível superior subsidiado pelo Estado e pelas prefeituras da região. Além disso, a UEM e a UEL podem se consolidar de modo planejado como centros de excelência em áreas distintas, sem duplicar cursos de forma desnecessária, pois alunos poderiam escolher morar numa cidade e estudar, tranquilamente, noutra. Enfim, muitas serão as vantagens. Esperamos que o projeto não fique no papel.

Ivana Veraldo

4 pitacos:

Anônimo,  11:20  

O modelo economico concentrador, que interessa aos detentores do capital é amplamente combatido.
Me parece incongruente aplicar o mesmo modelo na educação.
A luta deve ser a de melhorar horizontalente o nível de ensino!!!

Anônimo,  11:28  

Do jeito que está indo o ensino superior público, com a criação das cotas de negros, índios, mestiços, africanos, bolivianos, pobres, os meus filhos, de classe média média não terão direito a este ensino, só porque frequentaram a escola privada.Como se isso fosse um pecado. A mesma coisa acontece com o PROUNI, que só serve para pobres. A classe média não tem acesso ao programa. O Brasil do PT é o país dos pobres que votam nele e não o país de todos.

Anônimo,  12:19  

Hipocresia e ignorância acerca dos fatos faz parte da vida de muitos maringaenses, infelizmente.

Raphael Pereira 22:29  

Como ex-aluno da UEL, e morador de Maringá. sei bem o que é estudar em uma cidade, tendo que morar na outra. Durante parte de minha graduação fui obrigado a recorrer a uma van, que fazia o trajeto Mga-Ldna todas as noites, junto com outros estudantes da UEL e Unopar. O desgaste financeiro não era nada se comparado ao físico, e emocional, de se pegar a estrada todas as noites, tendo que sair de Maringá no horário do rush, para chegar em Londrina faltando dez, cinco minutos para o início das aulas. E a volta parecia mais longa. Não foram poucas as vezes com que encontramos chuva, neblina, acidentes, motoqueiros exibicionistas, cachorros ou vacas na pista, e outras surpresas que tornavam àquela rotina muito difícil. O exorbitante pedágio da Viapar também nos causou transtornos, seja pela falta de funcionários nas cabines (o que provocava filas de carros e caminhões) ou quando o sistema deles falhava e travava a carteira de vales-pedágio do motorista da van. E mais a teimosia da Prefeitura que insistia em dificultar para que o motorista pudesse ter o alvará que precisava para trabalhar dentro da lei.
Esse trem com certeza vai representar um alívio para muitos na mesma situação em que me encontrei, mas, se me permitem uma observação pessoal, acho que vai demorar a ponto de ser esquecido, novamente.

Postar um comentário

Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.

  © Blogger templates 2008

Para cima