8.2.09

Quarto capítulo


“Quando conheci a Folha do Norte era um jornal que atuava num circuito mais ou menos normal porque a FAP foi se desarticulando depois do golpe militar. O bispo tinha lá a sua coluna, era um jornal que tinha uma linha bem definida. Agora, não dá para subestimar a influência do bispo na década de 60. Hoje, muita gente não tem idéia de qual era a influência do bispo na cidade, naquele momento”. O depoimento, do professor Reginaldo Dias, está no quarto capítulo da história da Folha do Norte do Paraná, contada por Antonio Roberto de Paula.
Na foto, do Museu Diocesano, dom Jaime aparece sendo entrevistado por Lindolfo Silva, que tem ao seu lado, de óculos, o jornalista Ivens Lagoano Pacheco.

PS - O professor Reginaldo Dias comenta a respeito nos pitacos.

7 pitacos:

Anônimo,  12:55  

Nesta época, de muita força, D Jaime chegou a participar, por várias vezes, de enfrentamento policial.

Quando, em algum movimento, os estudantes se sentiam ameaçados, lá vinha D.Jaime, todo de roxo e se postava, corajozamente, frente a polícia da ditadura

Anônimo,  12:59  

Antonio Messias Pimenta, ateu, no lar dos velhinhos e, já sentindo a morte se apresentar chama a irmã diretora do lar e pede:

Irmã, este negócio de se Deus existe, não existe é uma conversa muito longa.Nesta hora irmã, melhor prevenir.Chama lá um padre de sua confiança.....quero bater um papinho com ele

Anônimo,  13:02  

Outra do Pimenta

Irmã, já estamos no finalzinho de nossa vida.

Fico aqui pensando no que passou, nos amigos q se foram e outros q ainda estão por aqui

Acho q é hora da gente fazer alguma coisa

Chama lá o D.Jaime, to com saudade do velhinho

Lá foi D.Jaime, sentaram no sofá ali da sala
e, ficaram horas conversando.......

Sergio Alvarez 19:33  

Pena que nem todo mundo conhece a história de Maringá.

Anônimo,  21:40  

Felizmente tudo passa. As futilidades, as pompas e as glorias dos cesares e dos papas decoram cemitérios e ruinas. So o que é memorável resta. Felizmente.

Anônimo,  13:27  

O bispo enfrentando a policia? Esta eu nao acredito! Pelo que o Reginaldo disse, a historia era bem outra. O bispo era anticomunista e policia também. Nao sei porque o bispo iria enfrentar a direitona da qual sempre fez parte. Conheço mal a historia da city mas, sei que boa parte da esquerda, hoje é ex-querda, encastelada com o poder da elite.

Anônimo,  14:44  

eu creio que é a contextualização ajuda a compreender os fatos.

no início da década de 1960, a Igreja ainda não tinha vivido a modernização (aggiornamento) proposto por João XXIII. naquela época, a igreja católica procurava construir organizações próprias para a participação de seus fiéis. católico participava de organizações católicas. a igreja procurava proteger os fiéis não apenas da ideologia do comunismo, mas também da contaminação do mundo moderno, incluído aí o liberalismo.

Em 1964, a cúpula da Igreja católica brasileira apoiou a ruptura institucional de 31 de março, chamada por seus autores de revolução e pela historiografia de golpe de estado. a Igreja Católica julgava a intervenção temporária e necessária para espantar o fantasma do comunismo. No final da década, consolidada a ditadura, a Igreja mudaria seu posicionamento, cerrando fileiras com a oposição. Postou-se ao lado das vítimas da repressão. Na década de 1970, exerceu notável e decisivo papel na articulação do povo para as lutas da redemocratização.

D. Jaime, em outras ocasiões, externou solidariedade a movimentos sindicais, como em 1968, quando intermediou o fim da greve da Cia. Norpa, fato que analiso em minha pesquisa de mestrado.

reginaldo dias - dep. de história

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