FHC bate forte

O ex-blog de Cesar Maia selecionou alguns textos da entrevista de Fernando Henriq1ue Cardoso à revista Playboy:

Lula - Qual é a minha discordância do Lula? É que ele se adapta demais. Ele não tem mais corte nenhum, a moral não entra mais. O Lula é contraditório. (...) Ele esqueceu o que era há 20 anos, líder dos trabalhadores, para virar líder dos pobres, como eram os populistas. Só que de um lado olha para os pobres e de outro para o mercado financeiro.
Estadista? - O Lula é tático, não estratégico. Ele se adapta, não tem um propósito que persiga. Não é um estadista, não tem uma visão da história, não está querendo dar um rumo específico ao país. Ele é um chefe, que tem um lado caudilhesco. O Lula não teve paciência nem para dirigir o PT.
Alerta apra o segundo mandato - Imagino que um segundo mandato, que eu espero que não exista, possa levá-lo a ficar um pouco desamparado de racionalidade. Talvez ele possa apelar mais para comportamentos populistas.
Apologia da ignorância - Você não precisa ser doutor para ser presidente da República, mas também não precisa ser "apologeta" da ignorância, não precisa pregar. É melhor você ter informação, capacidade de formar seus juízos. Acho que houve na sociedade brasileira uma certa transigência com a rusticidade.
Corrupção no governo - O PT e o governo fizeram a coisa mais grave na política: a corrupção das instituições. Eu não me lembro de exemplo histórico de uma corrupção institucional dessa magnitude. Não é caixa dois, isso foi artifício de advogado que o Lula usou. Nem se pode aceitar que tenha sido erro de alguns. Esses alguns eram o coração do partido e os mesmos são candidatos agora. O Collor fez uma coisa totalmente errada, mas era um crime privado. Isso é mais grave. A diferença é que o Collor tomou dinheiro. Agora os banqueiros estão ganhando muito e a classe média alta, que tem dinheiro nos bancos, também.