27.3.06

Candidatura: Pupin decide em abril

O vice-prefeito Carlos Roberto Pupin, presidente municipal do PDT, somente vai decidir sobre sua candidatura a deputado federal em abril. Até 15 de abril, mais precisamente - data estabelecida para que o senador Osmar Dias resolva se será ou não candidato a governador. Se for, dificilmente Pupin disputará uma cadeira na Câmara Federal; se ficar de fora, Pupin deve ser candidato.

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Trem da alegria na Câmara

Nota de Cláudio Humberto:

Sem alarde, a Câmara dos Deputados aprovou o plano de cargo e carreira dos servidores e incluiu um “contrabando”: criou cinco cargos para cada um dos 513 deputados federais. O trem da alegria é extenso: soma 2.565 novos cargos, que farão a festa dos deputados em pleno ano eleitoral.

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Saiu o terceiro disparo

Os três disparos em arquivos Power Point, contendo fotos de uma colunista social, foram feitos. Hoje de manhã foi enviado o terceiro email com 18 fotografias, as mais picantes até agora.
Notei que o rapaz foi recolorido digitalmente, mudaram a cor dele no computador, escurecendo-o. O rosto dele não aparece.
Sei que a colunista estava aguardando este terceiro disparo, montado originalmente no PP dia 3 de janeiro deste ano. Somente depois dele é que ela pretendia processar o suspeito. Cada email foi divulgado num mês e por um remetente diferente. Ela, como informou o Jornal do Povo ontem, ingressou com queixa-crime contra o ex-companheiro na semana passada.

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A história é outra

Há pouco mais de uma semana surgiu um boato de que um empresário da cidade estaria foragido, por causa de um mandado de prisão por sonegação fiscal. Depois a informação era de que ele estava preso.
Fiquei sabendo no final de semana, no entanto, que tudo não passou de um mal-entendido. Ele foi flagrado pescando irregularmente, em época não permitida, e lhe tomaram todas as tralhas de pesca. Há inclusive um procedimento legal em andamento. É isso.

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Mário Troca Letras Verri

A CBN fez reportagem sobre o uso de máquinas e funcionários do extinto Saop na reforma do Condomínio Villa Bella (a matéria deverá estar disponível no site).
O vereador Mário Verri (PT) foi ouvido e manifestou posição corajosa e de cobrança dos fatos.
Engraçado que ele chamou Ronaldo Nezo de "Marçal" (referindo-se ao ex-apresentador do CBN Maringá, Marçal Siqueira) e chamou o secretário de Serviços Públicos, Diniz Afonso, de "Diniz Neto".

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"Corte" de Balbinotti não foi intencional

Colocarei na coluna de amanhã, mas é bom adiantar aqui. As cinco fotos da inauguração de uma quadra no Conjunto Santa Felicidade, disponibilizadas pela Assessoria de Imprensa da prefeitura, não trazem a imagem do deputado Odílio Balbinotti (PMDB) por um erro da fotógrafa, Thaís Pismel (que trabalhou com Silvio II na campanha eleitoral). O deputado não aparece nas fotos, mas isso não ocorreu de forma intencional, garante a assessoria, que promete colocar novas fotos na galeria do seu site.

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Respeito é bom e todo mundo gosta

Por MARIA NEWNUM

Nós mulheres mais do tudo primamos pelo respeito. A luta das mulheres sempre se firmou por esse grande alicerce. Atrás de das reivindicações das mulheres em todo mundo aparece como pano de fundo o slogan: Respeito!
Quando as mulheres em todo mundo exigem igualdade, estão querendo respeito! Quando exigem equiparação salarial, estão pedindo respeito! E ao se mobilizarem na luta pelo fim da violência contra a mulher, estão de determinando o fim da falta de respeito.
Por isso, absolutamente nada justifica o desrespeito entre as mulheres. Nem interesses particulares, nem interesses partidários, nem orientações religiosas ou ideológicas devem quebrar esse elo sagrado que une as mulheres. Nesse mundo onde o respeito facilmente se ausenta até mesmo nos mais simples confrontos de idéias é esperando, especialmente entre as mulheres afinadas com o discurso e com as bandeiras de lutas das mulheres a lembrança do grande slogan: Respeito!
Respeito é bom e tudo mundo gosta, mas as mulheres não; elas o exigem!
Daí vem o espanto quanto aos eventos ocorridos na 3ª. Conferência Municipal da Mulher de Maringá, quando algumas mulheres do PT, usando do entendimento de que vivem num estado democrático e de direito, começaram a distribuir em plena fala da conferencista da noite, uma carta aberta assinada pelo Setorial de Mulheres do PT.
O conteúdo elaborado de forma rudimentar, por se tratar de um braço tão significativo do Partido dos Trabalhadores, denunciava a morte de mulheres em situação de parto na saúde pública de Maringá, um assunto profundamente relevante e urgente de discussão, especialmente num encontro de mulheres.
Correto estava o entendimento do espaço democrático e de direito, correto estava a denúncia proposta na carta e correto era o evento da 3ª Conferência Municipal da Mulher. Equivocada o foi a forma usada, porque provocou sentimento de desrespeito entre as mulheres governistas que, apesar da inexperiência, humildemente assumida nesse universo de discussão de mulheres, organizaram o evento dando cada uma o melhor de si. E isso, pode atestar quem participa do Conselho Municipal da Mulher e quem participou ativamente das reuniões das pré-conferências nos bairros e da organização geral da 3ª Conferencia.
Desrespeito houve com a conferencista, uma mulher, ora vejam! Que já no início de sua fala, projetou em sua face o incômodo ao constatar um vai-vem de folhas na plenária; sem saber do que se tratava. Um constrangimento, evidente! Era uma juíza, acostumada a reverência e ao respeito conquistado, certamente a duras penas, como são todas as conquistas das mulheres.
Desrespeito também às outras mulheres petistas que mesmo sem ser em informadas ou consultadas da tal “manifestação” foram colocadas como co-participantes da confusão. Uma ofensa, para essas mulheres e para as todas as outras, inclusive as governistas, que sabem da importância de separar o momento das ações partidárias das ações suprapartidárias; objetivo maior de uma Conferência de Mulheres. E felizmente esse princípio foi, apesar de tudo, preservado.
Tanto que as propostas apresentadas, por mulheres do PT, inclusive, que visavam o benefício das mulheres de Maringá, mesmo as que exigem e contrariam interesses da atual administração foram aprovados, especialmente com o voto maciço das mulheres governistas. Isso sim é articulação política, isso sim é colocar interesses comuns das mulheres acima dos interesses partidários; isso sim é o uso produtivo do espaço democrático e de direito.
Quando em momento oportuno esta que vos escreve, pegou o microfone e lamentou o corrido e mostrou respeito às mulheres governistas, foi xingada por algumas mulheres do PT, ora vejam! Do PT que ela mesma é filiada...
Respeito e bom e as mulheres não esperam; exigem!
De minha parte como mulher digo: Respeito e bom e eu gosto, mas só espero de quem pode me dar.
______________
(*) Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e Conselheira no Conselho Municipal da Mulher de Maringá. E filiada ao PT.
Para comentar ou ler outros artigos acesse: http://br.groups.yahoo.com/group/LittleThinks/

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26.3.06

Sobre artigos

O único político que conheci e que escrevia por gosto chamava-se Hélio Duque. Hoje vejo nos jornais um monte de pré-candidato a alguma coisa escrevendo qualquer coisa.
Chego à conclusão de que, se escrever artigo em jornais fosse bom politicamente, dom Jaime Luiz Coelho era presidente da República.

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Catanduvas abrigará Fernandinho Beira-Mar

Fernandinho Beira-Mar virá ao Paraná. Ele e outros bandidos do primeiro time da bandidagem brasileira irão para a penitenciária-modelo de Catanduvas. Leia.

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Servidor de Campo Mourão pára terça-feira

Não é só em Maringá que há indicação de uma paralisação no funcionalismo público municipal (ou parte dele, como a saúde). O Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Mourão não aprovou a proposta do secretário da fazenda e administração da prefeitura, Beto Salvadori, e decidiu por uma paralisação da categoria na terça-feira, 28. A decisão saiu de uma assembléia realizada ontem pela manhã. Confira.

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Dos internautas do Boca Santa

Ainda do Boca Santa, da seção de recados de internautas:

FBI na Frangobras
“Vi hoje no canteiro de obras da Frangobras um baixinho com uma lupa, procurando alguma coisa, talvez um tatu canastra, uma paca ou algum tucano. Sei lá, algo para poder falar mal da obra, pois já contrataram até o FBI para achar alguma coisa errada na obra (FBI- Federação dos Baixinhos Invocados)”

Maior empreendimento
“Os línguas pretas não vão parar de encher o Edmar Arruda, dono da Frangobras, pois é o maior empreendimento que Campo Mourão conquistou nos últimos 30 anos e isso é motivo de muita inveja dos contra. Os línguas pretas são muito bobos, quanto mais eles falam da Frangobras, mais propaganda fazem para a empresa e para o Edmar Arruda. Vai acontecer que o povo de Campo Mourão e região vai votar tudo no homem, pois já gravamos seu nome, só falta o seu número de candidato. Aí fica bonito para o PPS local. Vou rir a vontade. O homem vai acabar mudando para Campo Mourão e aí fica melhor ainda”.

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Direto de Maringá

De Sid Sauer:

O advogado maringaense Wilson Quinteiro não é mais assessor jurídico da Câmara de Quinta do Sol. Assim, não tem mais nenhuma relação com a região, mas esteve ontem a reunião da Comcam. Esteve, se inscreveu para discursar, foi ao almoço (leitoa mateira) e saiu cumprimentando mesa por mesa. Quinteiro foi candidato a prefeito de Maringá e adivinhe o que disputará em outubro? Você tem só uma chance...

(Não sabia que Quinteiro era assessor da câmara, em Quinta do Sol. Sei ele Quinteiro é daquela região, de Fênix, e preside o PSB em Maringá. Gente boa)

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Charge do Ique

Está no Jornal do Brasil deste domingo.

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A entrevista de Lima Duarte

Imperdível, na Folha deste domingo, a entrevista com o ator Lima Duarte, que está no ar em Belíssima. Ele dá um pau danado na Globo.

Trechos:

  • "Dou entrevista ao "Fantástico", e nos tornam imbecis. É como Silvio Santos, o grande químico: transformava o domingo em merda. O "Fantástico" transforma qualquer opinião em merda, a edição é calamitosa. A da Globo de modo geral."
  • "Há horas em que não dá para brincar com o sotaque de Murat. Procuro ficar denso para não cair no que, na minha opinião, caiu Tony Ramos. Fica aquele sotaque entre o personagem e o público enchendo o saco, e o ator não atenta ao drama, que é o que interessa."
  • "Odeio Lula porque faz uma glamourização da ignorância, contra o que tenho lutado a vida toda. Também sou "analfa", fui criado como ele na roça, mas, puxa vida, descobri o encanto por trás da palavra escrita. Ele é um imbecil, um idiota, um ignorante. Quando ia ao cinema, ia com o cachorrinho no colo."
  • "Sabe-se agora que quem tinha razão era Regina Duarte [quando foi à TV em 2002 dizer que tinha "medo" de Lula]. Paloma falou besteira, né? [Paloma Duarte, neta de Lima, criticou o "medo']"

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Folha entrevista Jean-Michel Cousteau

Uma das reportagens do acderno Cotidiano da Folha de S. Paulo de hoje é com Jean-Michel Cousteau, que 25 anos depois repete a expedição do pai no Brasil e aqui instala um braço de seu instituto. Trecho final da matéria:

Segundo Leda Bozaciyan, presidente da diretoria executiva do instituto, a intenção é atrair principalmente pessoas de 8 a 17 anos nos programas de educação ambiental. O grupo busca agora parcerias com empresas e poder público para encontrar um espaço adequado ao trabalho.
De acordo com ela, o mais provável é que a atividade seja realizada no litoral paulista, por causa da facilidade de acesso e da grande demanda. "Os alunos de escolas particulares pagam e os de escola pública não terão que gastar. Assim, todos podem participar", diz Jean-Michel.
Nesta semana, o ambientalista lançou o programa Embaixadores do Meio Ambiente, que atua na conscientização e na educação ambiental de crianças, em Maringá (PR). No exterior, o programa já atende a cerca de 10 mil pessoas anualmente.
Para obter um resultado positivo, Jean-Michel disse que será feita uma adaptação à realidade cultural brasileira e ao ecossistema da região de Maringá.

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Domingo de jornais apimentados

Dois dos três jornais maringaenses trazem reportagens muito interessantes.
O Hoje deu a primeira página praticamente inteira para a reportagem de Andye Iore sobre os equipamentos e funcionários do extinto Saop trabalhando na reforma do Residencial Villa Bella. São seis fotos na capa e quaser uma na interna, com um box que anuncia: a matéria rendeu ameaças ao jornal. Um homem chamado Paulo ligou para o Hoje e fez a ameaça se a reportagem fosse publicada.
O Jornal do Povo por sua vez coloca em manchete que a colunista Rose Leonel ingressou com queixa-crime contra seu ex-companheiro, o empresário Eduardo Gonçalves da Silva (dono da World Importados e Premium Eletrodomésticos), e contra o técnico de Edson Alexandre Domingos Moreno, na última quinta-feira. Motivo: fotos íntimas da colunista enviadas por Eduardo pela internet, após o fim de um relacionamento de três anos. Na queixa, os advogados explicam que Eduardo '"passou a denegrir a sua imagem, não economizando expressões ofensivas à sua honra, além de procurar prejudicá-la profissionalmente". A reportagem, de meia página, traz ainda trechos de emails trocados pelos dois acusados (Rose tinha a senha de uma conta de Eduardo).

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Caseiro que ir para longe do Brasil

De Rubens Valente, hoje na Folha de S. Paulo:

A sucessão de eventos que atingiram Francenildo dos Santos Costa, 24, após o depoimento prestado à CPI dos Bingos (a decisão da Justiça impedindo que falasse, a violação da sua conta bancária e um pedido do governo para investigá-lo por "lavagem de dinheiro") abalou sua confiança no país. Seu maior desejo hoje? "Ir para bem longe do Brasil."
O caseiro está sem casa. Na última semana, dormiu num lugar diferente a cada noite. Equipes de TV rondam seu último endereço, em São Sebastião (DF), fazem perguntas aos vizinhos sobre seu dia-a-dia e querem saber "quem paga o aluguel". Não voltou mais para lá. Numa noite, dormiu no escritório do advogado. Na maior parte das vezes, em casas de amigos. Por causa das pressões, teve problemas com sua mulher, Nelma, com quem vive há sete anos e tem um filho da mesma idade.
Parou de freqüentar o supletivo (ele estudou até a 5ª série) assim que suas declarações vieram a público. Na noite do dia 17, quando foi revelada a violação de seu sigilo bancário, desabafou à Folha: "Minha avó está passando mal. Se alguma coisa acontecer com ela, eu me suicido". Ela tem 67 anos e teria desmaiado ao ver na TV o neto sendo "desmentido".
Uma semana depois, Francenildo descobriria ser alvo de um inquérito policial. Chorou com um amigo e disse que pretendia voltar para o Piauí, sua terra natal, que deixou aos 16 anos de idade, com R$ 30,00 no bolso e a mãe ao lado.
"Queria chorar um dia e uma noite seguidos", disse logo após deixar o prédio da Procuradoria Geral da República, onde fizera a enésima narrativa de tudo o que disse ter visto na casa do Lago Sul alugada por ex-assessores do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
O caseiro disse que não tinha a mínima idéia do que ocorreria a partir da decisão de procurar um amigo para dizer que queria narrar, na CPI, o que afirma ter presenciado na casa. Quando contou ao amigo o que pretendia fazer, o interlocutor antecipou a tempestade. "Ele me disse: "Tu quer chutar o balde mesmo?'", lembrou-se o caseiro. Francenildo disse que sua principal motivação foi ver pela TV "as mentiras" dos freqüentadores da casa. Disse ter ficado "indignado".
"Eu pensava que o negócio era só falar no jornal e pronto. Foi totalmente diferente", contou. Não esperava tornar-se um alvo da polícia e do governo. "Eles têm que investigar o [Vladimir] Poleto, o próprio [Antonio] Palocci."
Francenildo Costa está no olho de um furacão muito diferente de sua pacata rotina de limpar a piscina, cortar a grama e aparar a cerca viva, pela qual recebe R$ 700 mensais (agora está de licença, mas o patrão, o advogado Luiz Antônio Guerra, já avisou que vai mantê-lo no emprego).

O pai - Antes disso, Francenildo foi garçom e auxiliar de um mercado em Ceilândia (DF) e catador de milho e feijão na sua Nazária (PI). Começou a trabalhar aos seis, sete anos de idade. Às vezes o trabalho avançava pela noite, por isso estudou tão pouco. Quando não conseguia carona num lombo de jegue, enfrentava uma caminhada de três ou quatro horas até a roça.
Só a partir dos dez anos é que Francenildo passou a se interrogar sobre a razão de não ter um pai por perto. Atribuía esse papel a seu avô, José Rosendo, 60.
Os amigos da família e conhecidos caçoavam dele, ao dizer que ele era filho de um homem chamado Eurípedes, dono de uma empresa de ônibus. "Faziam piadinhas, eu ficava chateado. Todo mundo tem pai, e os caras ficavam fazendo piadas."
As brincadeiras começaram a lhe perturbar. Um dia, decidiu tirar o assunto a limpo, "só para jogar na cara dos "abestados" que ele era realmente meu pai". Interpelou sua mãe, Benta Maria dos Santos Costa, 42, para saber se o empresário de Teresina (PI) Eurípedes Soares da Silva era mesmo seu pai. Lavradora e lavadeira de roupa nas águas do rio Parnaíba, Benta confirmou. Fracenildo reconstituiu a conversa: ""Quem é meu pai mesmo?" [Ela respondeu] "É o Eurípedes", "E por que ele nunca assumiu?", "Ah, é problema dele lá'".
Ao responder o que sentiu ao ouvir o nome do pai, respondeu: "Eu me senti normal". O garoto foi ter com o empresário. Não ouviu o reconhecimento da paternidade, mas recebeu 800 cruzeiros, tudo entregue à mãe, que lhe comprou uma rede de dormir e fez compras no mercado.
A mesma cena se repetiria cerca de 12 anos depois, em janeiro último. Dessa vez, Francenildo saiu com R$ 10 mil em espécie e a promessa de mais R$ 20 mil. Até agora, R$ 25 mil chegaram à sua conta. O empresário já confirmou os depósitos, mas não a paternidade.

Reconhecimento - Para estar com o empresário de novo, Francenildo comprou uma passagem aérea a R$ 420. Do total, R$ 250 foram emprestados pelo patrão, Luiz Antônio Guerra, que confirmou ter feito um adiantamento salarial.
O caseiro contou ter pressionado seu suposto pai com a afirmação de que estava disposto a abrir uma ação judicial de investigação de paternidade. O empresário argumentou que não era necessário. Sem sucesso, resolveu dar o dinheiro ao caseiro. Estiveram juntos outras vezes naquele janeiro, na garagem da empresa. Em todos esses contatos, Eurípedes não chamou Francenildo de filho. Mas o abraçou, uma vez.
O reconhecimento que o caseiro não teve do empresário, contudo, tem chegado das ruas. Desde que prestou o depoimento à CPI, Francenildo experimenta certa notoriedade. As pessoas o reconhecem e o parabenizam.
O caseiro é um palmeirense doente. Um de seus orgulhos é ter uma camiseta autografada do goleiro Marcos. Na última sexta-feira, descobriu que um grupo de advogados quer recebê-lo em São Paulo, para lhe dar apoio. Ficou satisfeito com a possibilidade de conhecer o Parque Antártica.

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Estado de calamidade

Trecho do artigo de Janio de Freitas na Folha (para assinantes):

Lula recebeu críticas ferozes por dizer que "o PT fez o que é sistemático no Brasil", mas os seus críticos sabem que, se foi exagerado, não foi inverdadeiro. O uso de campanha eleitoral para fazer patrimônio, crime agora suavemente apelidado de caixa dois, é comprovável sem dificuldade no crescimento do patrimônio imobiliário e financeiro de inúmeros políticos não muito depois de cada eleição, e sem que no intervalo houvesse outra explicação para novos ganhos. O PT estava no crime, mas não sozinho, e nem no método inovou, como sabe o PSDB mineiro. Caixa dois e "mensalão" são muito diferentes, e também no suborno de parlamentares o PT pode ter exagerado, mas não foi único, como bem atesta o governo Fernando Henrique. O caso de Antonio Palocci, esse sim, é criação original.

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Nada de nova lista

Do Painel da Folha de S. Paulo:

A montanha...
A prometida lista de novos mensaleiros deverá revelar apenas nomes de assessores de deputados do PT que receberam recursos, desta vez vindos da própria sigla. A acusação será de desvio do fundo partidário.

...pariu um rato
De mensaleiro novo, até agora, só apareceu no relatório da CPI o deputado Nilton Baiano (PP-ES), cujo assessor sacou R$ 100 mil da corretora Euro.

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Banco estatal beneficiou aliados de Alckmin

Reportagem de Frederico Vasconcelos na Folha de S. Paulo de hoje (para assinantes):

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) direcionou recursos da Nossa Caixa para favorecer jornais, revistas e programas de rádio e televisão mantidos ou indicados por deputados da base aliada na Assembléia Legislativa.
Documentos obtidos pela Folha confirmam que o Palácio dos Bandeirantes interferiu para beneficiar com anúncios e patrocínios os deputados estaduais Wagner Salustiano (PSDB), Geraldo "Bispo Gê" Tenuta (PTB), Afanázio Jazadji (PFL), Vaz de Lima (PSDB) e Edson Ferrarini (PTB).
A cúpula palaciana pressionou o banco oficial para patrocinar eventos da Rede Vida e da Rede Aleluia de Rádio. Autorizou a veiculação de anúncios mensais na revista "Primeira Leitura", publicação criada por Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele é cotado para assessorar Alckmin na área econômica. Recentemente, a Quest Investimentos, empresa de Mendonça de Barros, foi escolhida para gerir um novo fundo da Nossa Caixa.
O banho de ética anunciado pelo candidato tucano à Presidência da República torna-se uma ducha de água fria com o resultado de uma auditoria na área de publicidade da Nossa Caixa, que revela o descontrole nas contas, e com a investigação, pelo Ministério Público do Estado, a partir de denúncia anônima, sobre o uso político-partidário do banco oficial.
Entre setembro de 2003 e julho de 2005, as agências de propaganda Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda. e Colucci Propaganda Ltda. continuaram prestando serviços sem amparo legal, pois o banco não renovara os contratos, conforme a Folha revelou em reportagem de dezembro último. O caso está sendo apurado pelo promotor de Justiça da Cidadania Sérgio Turra Sobrane.
Ao analisar 278 pagamentos às duas agências no período em que operaram sem contrato -no total de R$ 25 milhões-, a auditoria interna apontou irregularidades em 255 operações (91,73%).
Não foram localizados documentos autorizando pagamentos que somavam R$ 5,1 milhões. Em 35% dos casos, não havia comprovantes da realização dos serviços. Em 62,23%, os pagamentos não respeitaram o prazo mínimo legal de 30 dias. O patrocínio de campanhas de marketing direto era autorizado verbalmente.
A responsabilidade por esses pagamentos é atribuída ao ex-gerente de marketing Jaime de Castro Júnior, 48, ex-auditor do banco, com 28 anos de casa. Ele admitiu ter liberado pagamentos em valores acima dos limites que podia autorizar e, a partir de 2002, sem ter procuração para tal. "Reafirmo que assumi a responsabilidade pela liberação dos pagamentos, dados sua urgência e os interesses da instituição", afirmou à comissão de sindicância.
Ele foi demitido por justa causa, em dezembro, pelo presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, sob a acusação de "mau procedimento", "desídia" e "indisciplina". O ex-presidente do banco Valdery Frota de Albuquerque também foi responsabilizado.

Pressões - Por entender que a comissão de sindicância poupou outros envolvidos, inclusive o presidente do banco, o ex-gerente preparou um relatório de 42 páginas em que revela outras irregularidades e as pressões que recebeu do Palácio dos Bandeirantes. "Houve atendimentos a solicitações de patrocínio e mídia, de deputados estaduais da base aliada, nas ocasiões de votação de projetos importantes para o governo do Estado", afirma Castro Júnior nessa peça.
O ex-gerente explicitou: "Por ser um órgão do governo do Estado, a pressão de cunho político para liberação de anúncios, verbas para eventos e patrocínios sempre foi muito forte. Fosse através da Secretaria da Comunicação, diretamente por deputados, vereadores, secretarias de Estado, do gabinete do governador, para atendimentos de natureza política, para sustentação da base política do governo do Estado".
Há suspeitas de que o esquema envolve outras empresas do Estado. Consultadas, Sabesp, Prodesp, CDHU e Dersa não responderam questionário da Folha.
O direcionamento da publicidade pelo Palácio dos Bandeirantes veio à tona com a quebra de sigilo da correspondência (e-mails) de Castro Júnior, autorizada pela direção do banco nas investigações.
Essa troca de mensagens indica que as determinações para a veiculação de interesse dos tucanos partiram do assessor especial de Comunicação do governo do Estado, jornalista Roger Ferreira.
Ele atuou nas equipes de marketing das campanhas presidenciais de Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Foi chefe da Assessoria de Comunicação da Caixa Econômica Federal, entre 1999 e 2002, na gestão de Valdery Frota de Albuquerque, que o levou para assessorá-lo na Nossa Caixa.

Jornada dupla - Antes de trabalhar com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, Ferreira foi assessor da presidência da Nossa Caixa, entre março e outubro de 2003. Recebia R$ 17 mil mensais, salário superior ao do presidente do banco. O jornalista foi contratado pela agência Full Jazz, empresa cujos serviços deveria controlar. A agência pagava a Ferreira, que fornecia nota fiscal da RF Produções e Editora Ltda., com sede em São Lourenço da Serra (SP). A agência cobrava esses "serviços" do banco, com acréscimo de 10% a título de honorários. Trata-se de forma de driblar a legislação que veda a contratação sem licitação de serviços de publicidade e divulgação.
Segundo Castro Júnior, "a partir de sua contratação, o sr. Roger Ferreira passou a manter estreito relacionamento com as duas agências de propaganda, por ordem da presidência, coordenando as ações de marketing, notadamente aquelas pertinentes a campanhas e anúncios na mídia".
"Ele não poderia jamais ser contratado pela agência. Houve uma ilegalidade", diz o advogado Toshio Mukai, especialista em contratos e licitações públicas. Com a saída de Ferreira, Monteiro determinou a contratação da jornalista Shirley Emerich, para substituí-lo, no mesmo esquema da Full Jazz e o mesmo salário. Ela deixou a Nossa Caixa em julho de 2005, com o rompimento do contrato com a agência. Castro Júnior diz que não havia rubricas contábeis específicas para os pagamentos mensais dessas contratações.

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