Os sacanas sem leis
Filmes de Quentin Tarantino nunca me atraíram. Nada a ver com a violência. Sangue de verdade, vemos nas ruas, pela janela de nossas casas, tanto quanto nas mortadelas. É pra dar cor. De um país sem leis, no caso da violência das ruas. E de carne, no caso das mortadelas, feitas quase somente de amido.
Ao ler sobre o tema de “Bastardos Inglórios” decidi que assistiria Tarantino pela primeira vez. Pelo filme ter alguma coisa a ver com a II Guerra Mundial e o Holocausto.
Mas no ano passado, quando os cinemas brasileiros começaram a rodar o filme, não consegui sair pra vê-lo. Fiquei esperando em DVD.
Há poucos dias, encontrei um amigo. Conversamos sobre esse e outros filmes e chegamos ao tema da pirataria. Aí ele me contou de dois vendedores de DVDs piratas que foram vítimas de violência, um, pasmem, da “guarda municipal” (escrevo em minúsculas e entre aspas porque essa besta, de sete rabos e nenhuma cabeça, existe. De maneira tão clandestina quanto a pirataria.), e o outro (sem muita surpresa) da PM.
Um caso (ou os dois?) estaria no Ministério Público. O vendedor que foi agredido pelos comandados do ex-vereador Paulo Mantovani teria conseguido apenas reaver sua bolsa, sem os DVDs, graças à intervenção da chefia de gabinete do prefeito Silvio Barros II. Já a vítima da PM, necas. Só as feridas.
Diante de tanta sanguinolência, decidi achar o filme do Tarantino a qualquer custo. Afinal, nazismo e violência de gente de fardas têm tudo a ver em qualquer lugar do mundo. George Orwel que o diga. Em momento tão apropriado, por que não ver a criatividade do sanguinoso diretor? E nessas circunstâncias, tive que recorrer a um autêntico pirata.
Justifiquei-me diante de minha consciência, culpando Tarantino e outros cineastas. Se eles não fizessem filmes, não haveria a indústria da pirataria e esses pobres diabos que têm que ganhar o pão ao mesmo tempo em que correm da PM e da (perdoem-me) “guarda municipal”, não seriam vítimas de cacetadas, pontapés e sopapos.
Andei pela avenida Brasil e depois de muito perguntar pelo filme e pelas agressões, consegui apenas o filme. Há um pacto de silêncio sobre as perseguições e, pelo que percebi, coisas mais nebulosas no ar. Tive sorte, na demorada espera do troco, nem PM e nem “gm” apareceram. Minha incursão pela marginalidade da pirataria (ou comprar não é crime?) passou incólume, ao menos diante da justiça dos homens.
Mas vi o filme. Não dá pra deixar de admitir que Tarantino é genial em seus roteiros sem rotas e suas cenas enervantes, como a do encontro dos bastardos com a agente dupla inglesa, num bar de uma cidadezinha da França ocupada, infestado por nazistas. O filme valeu pela
lembrança de que o nazismo existiu e ainda paira no ar em círculos, digamos, civilizados.
Mas Tarantino, que já foi acusado por Spike Lee de querer ser negro “honorário”, trata o assunto como um show cinematográfico. Sugere que a fantasia do cinema, com seus efeitos especiais, pode vingar as vítimas do Holocausto com cenas absurdas.
E com a personagem Shosanna Dreyfus, resgata um velho dogma judaico que aceitava a morte brutal e inevitável como se esta fosse uma missão a ser cumprida por um judeu piedoso diante das perseguições.
Abusa do preconceito contra alemães, ao chamá-los de chucrutes inúmeras vezes, na boca de Brad Pitt. Sem contar que consegue fazer que o ator, contratado para ser o personagem principal, tenha no filme sua pior atuação.
Perdoem-me os fãs de Tarantino. Não sou crítico de cinema e nem pretendo demove-los de continuar vendo seus filmes. Só quis escrever essas linhas pra contar partículas da história dessa máfia gigantesca chamada pirataria. Máfia que só é vista e punida de forma covarde no
seu rosto mais caricato.
Pelos horrores, não da tela, mas da máfia da pirataria, chega-se à conclusão que em Portugal foram mais felizes ao adaptar o nome do filme para o português. Lá eles o traduziram para “Sacanas sem lei”.
Destoa daquilo que está na tela, mas encaixa perfeitamente com a realidade daquilo que acontece nas ruas, onde o rosto da pirataria tem o perfil da exclusão e, portanto, mais vulnerável aos ataques dos bastados e (por que não?) também, mais cedo ou mais tarde, inglórios.
Capitão Apache
7 pitacos:
Nada a ver com est post, mas vou dar um pitaco sobre as eleições do Chile, a direita do Brasil (DEM,PSDB e PPS o PV ainda não tava junto) foi ao Chile para apoiar o candidato de direita no 1° turno, o motivo, a atual Presidenta é de esquerda e tem indice de aprovação muito alto, a direita Brasileira torcia para que o candidato dela perdesse já no 1° turno para poder usar o argumento nas eleições do Brasil, pois não é que deu segundo turno e a coisa tá embolada, vai ser uma grande disputa e no Brasil tá todo mundo politico de olho no resultado, o 2° turno será dia 17/01 (amanhã)
Estou assistindo o filme, ja estou na metade. Mas já estou enjoando, de ver filmes, querem apenas ricicularizar os alemães da epoca de Hitler, ao inves de mostrarem as verdades da guerra. Coisas de pessoas, que foram submetidas a lavagem cerebral e que tem camera e dinheiro para rodar filmes, protagonizados pelo dinheiro judeu. Assim fica dificil, sabermos a verdadeira historia recente.
Capitão Apache, então a violencia é os nazistas que praticavam, contra os judeus piedosos. Os Judeus piedosos são os mesmos que tratam os palestinos com todo "carinho" do mundo. Quando falamos de nazistas, são representados pelos alemães, aqueles mesmos que mandam dinheiro para manter nossa Santa Casa aqui de Maringa, é esse mesmo pessoal que luta verdadeiramente, para se diminuir os crimes contra o meio ambiente. Essas lavagens cerebrais devem ter sido feitas com as aguas do rio Tiete,
Anônimo das 12:30 está certo: "Os judeus piedosos são os mesmos que tratam os palestinos com todo 'carinho' do mundo".
Rigon quanta merda escrita por voce e por todos esses leitores que postaram. Poxa sera que sao todos adolescesntes desinformados e sem uma oponiao sobre o assunto... por essas e outras Maringa nao eh vista como uma cidade de verdade... cultura ai eh zero.
Vou humildemente tecer algumas considerações sobre este post. Não vi o filme, então não posso opinar sobre o roteiro. Mas, li um comentário de uma pessoa da família do personagem real que motivou o filme. Ele disse que Tarantino distorceu as coisas e a imagem de seu pai. Não podemos é evidente esperar fidelidade à realidade no cinema. É um espetáculo, a arte imitando a vida. Sobre os fardados de Maringá, ou de qualquer lugar, estão cumprindo ordens, como disseram todos os nazistas que cometeram crimes. Os demais alemães apoiaram o nazismo e "não sabiam de nada" sobre o que acontecia nos campos de concentração. Aliás, todos daquele período tentam justificar sua postura durante o Holocausto: os alemães, os franceses, os poloneses, os ucranianos, enfim, todos os que não eram judeus nos países ocupados pelos nazistas. Não podemos nos esquecer da omissão da Igreja Católica e das igrejas protestantes da Europa contra o que estava sendo feito contra os judeus. Outra coisa, há fotos tiradas pela Força Aérea inglesa ou americana, não sei ao certo, do campo de Auchwitz, em 1944 mais ou menos. Por que não o bombardearam? Sobre o que os judeus fazem hoje contra os palestinos é injustificável. O que temos de compreender é que são dois povos disputando o mesmo território, manipulados pelo poder imperialista, primeiro da Inglaterra, e depois dos Estados Unidos.
O filme é uma bosta... ainda bem que puxei na internet...
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.