2.11.09

Lulismo: para além do PT

Trecho de artigo de Rudá Ricci:

O lulismo tentou construir uma agenda de Estado. Mas PAC, Bolsa Família (e outros programas de transferência de renda) e aumento de salário mínimo não chegam a constituir uma agenda de longo prazo, tratando-se mais de uma plataforma inicial para o desenvolvimento, um start. O lulismo não conseguiu alinhar-se ao conceito de sustentabilidade. Não conseguiu elaborar uma agenda educacional, que ficou restrita ao aumento do acesso e controle da qualidade do ensino universitário. Não relacionou projeto educacional à formulação do papel de liderança no continente. Nem mesmo inovou na formulação de currículos focados na consolidação de cultura cidadã, mesmo tendo á sua disposição várias experiências de Estado, como a Política Nacional de Educação Fiscal (PNEF). Não avançou porque para o lulismo o participacionismo não interessa. Na íntegra.

6 pitacos:

João Ramos 10:24  

MAS A ESQUERDA É MUITO BURRA MESMO,NÃO É A TOA QUE O PPS VIROU UMA DIREITONA E OS OUTROS PARTIDOS QUE SE DIZEM DE ESQUERDA, SO SABE CRITICA O GOVERNO,TÃO DOIDINHO,PRA VER DE VOLTA QUEM GOVERNO NOS ULTIMOS 50 ANOS.

Anônimo,  17:21  

Heheheee... concordo Sr. Ramos... e mais ainda... os caras participam do partido, saem do partido e começam a tacar pedra no partido que eles mesmos fizeram...

Eu só vejo isso no Pt rapaiz... nunca vi um ex-pfl falar mal das crias... um ex- qualquer coisa que seja... dá dó da esquerda... é muita burrice...

ruda@inet.com.br 23:17  

É que a direita dificilmente tem capacidade intelectual. A esquerda é mais crítica justamente porque pensa. De qualquer maneira, leia o artigo todo.

Anônimo,  11:00  

Concordo com vossa senhoria... por isso saiu? ... faltou capacidade intelectual? ...

Já li... é a sua opinião... tenho que respeitar... mas não concordar...

ruda@inet.com.br 17:49  

Saí? Por acaso o senhor (ou senhora) acredita que a esquerda é um partido? Trata-se de pensamento único? Por aí percebo que tenha lido o meu artigo mas entendido pouco.
Vamos por partes (procurando um diálogo no deserto):
1) Meu texto é uma análise do que denomino de lulismo. Já havia escrito um artigo no primeiro governo Lula a respeito, publicado no site (de esquerda) rebelion.org e na revista Lutas Sociais, da PUC-SP;
2) Minha tentativa é de decompor o que imagino ser o lulismo, uma estrutura gerencial da política de Estado. Outra tentativa nesta direção é a que Luiz Werneck Vianna vem fazendo. Para ele, trata-se do que Gramsci denominou de "revolução passiva", uma mudança pelo alto, em que a sociedade civil fica dependente do Estado;
3) Ao contrário do que o senhor (ou senhora, já que prefere o anonimato) imagina, trata-se da valorização do governo Lula, procurando compará-lo ao que foi o getulismo. Obviamente que para aqueles que pensam o mundo a partir do partido, qualquer análise que não for absolutamente elogiosa á sua agremiação é considerada ofensa ou ataque, possivelmente objetivando a luta pelo poder (algo que povoa mentes escravas da partidarização);
4) Fico com Foucault, que disse que nunca seria "diretor da consciência alheia". Esta frase foi dita quando a imprensa partidarizada da França exigia que ele declarasse voto a Miterrand. O mundo não é um partido. Pelo contrário: o partido é fragmento do mundo.
Lamento muito que tudo seja visto desta maneira maniqueísta, que lembra o raciocínio dogmático, religioso. Sou sociólogo e tenho o vício da independência de pensamento.
Finalmente: não cuspo no prato que um dia me serviram. Continuo tendo amizade com ministros e lideranças petistas que sempre admirei. Talvez nem saiba, mas a maioria deles compartilha comigo as mesmas frustrações. Mas isso ocorre normalmente. Os que carregam bandeiras dificilmente têm tempo ou independência para pensar sobre que ruas devem seguir durante a passeata.

Ronaldo,  19:31  

Muito bonito o seu texto, cheio de referências a pensadores famosos.

Mas vai perguntar pro povo pobre, cuja vida melhorou muito nos últimos 7 anos. Pros pedreiros, padeiros, açougueiros, pintores, eletricistas, etc.

Rapaz, acho que nem 300 Fouclults, 200 Gramscis, conseguiriam convencer esse povo, que o Lula é o cara ruim que o senhor pintou.

Acho que bom era quem, o Fernando Henrique?

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