4.9.09

Cultura musical

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João Rubinato teve muitos apelidos, entre outros, Adoniran Barbosa. Nasceu em Valinhos (SP) e faleceu em São Paulo (SP). Antes de tornar-se um dos maiores sambistas do país Adoniran ficou conhecido como radialista cômico, interpretando uma série de personagens, baseados no linguajar coloquial.
Adoniran Barbosa foi popularizado pelo grupo os Demônios da Garoa. Em suas composições retrata o cotidiano da população urbana de São Paulo e as mudanças causadas na cidade pelo progresso. Elaborava suas letras a partir das trágicas cenas de vida e da linguagem cheia de sotaques, gírias e erros de português dos habitantes de cortiços, malocas e bairros característicos da cidade, como Bexiga e Brás.
Adoniran presenciou o crescimento vertiginoso da metrópole. Em 1940 a região tinha 1,3 milhão de habitantes, saltando, em 1980 para 13 milhões. As Nações Unidas projetam para 2010 uma população de 19,3 milhões de pessoas para a cidade de São Paulo. É o “pogréssio” do qual Adoniran fala nas suas músicas.
Ivana Veraldo


Saudosa Maloca (1951) - Adoniran Barbosa

Se o senhor não tá lembrado
Dá licença de contar
Ali onde agora está
Este “adifício arto”
Era uma casa “véia”, um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construimos nossa “maloca”
Mas um dia
“nóis” nem pode se “alembrá”
Veio os “home” com as ferramenta
E o dono “mandô derrubá”
Peguemos todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua
“Apreciá” a demolição
Que tristeza que “nóis” sentia
Cada táuba que caía
Doía no coração
Matogrosso quis gritar
Mas em cima eu falei
Os “home tá cá” razão
“nóis arranja” outro lugar
Só “se conformemo”
Quando o Joca falou
Deus dá o frio conforme o “cobertô”
E hoje “nós pega” a paia
Nas grama do jardim
E pra esquecer “nóis cantemos” assim:

Saudosa maloca, maloca querida
Dim dim “donde nóis passemo” os dias feliz de nossa vida

Saudosa maloca, maloca querida
Dim dim “donde nóis passemo” os dias feliz de nossa vida

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