21.8.09

Cartum

Image and video hosting by TinyPic
De Solda.

1 pitacos:

Anônimo,  21:18  

Marina Silva, a médio prazo, deverá se tornar dissidente dentro do PV

Não me preocupo com a saída de Marina Silva do PT. Racionalmente, não vejo espaço para esse tipo de candidatura à presidência ter viabilidade política real no atual momento histórico, independente de virtudes pessoais.

Acho até que ela faria mais estrago se saísse candidata à vice dos tucanos, do que concorrer à presidência, porém se aceitasse a vice jogaria no lixo sua biografia.

Também acredito que a imprensa está amplificando além da conta as críticas dela ao governo, que são pontuais. Sua carta de despedida mostrou mais conformidade com o governo Lula, do que divergências. A tendência natural seria fazer uma campanha propositiva, com críticas pontuais, e apoiar Dilma no segundo turno, caso Dilma não vença no primeiro turno.

No fundo, tenho receio POR Marina, e não DE Marina, por ela não compreender como se inserir no processo histórico, onde ela pode escolher ter importância, e fazer a diferença, ou ser apenas famosa.

Marina tem um plano político respeitável, mas é bem diferente do plano político que praticamente todos os "verdes" em seu entorno traçam para ela.

Ela travará uma luta entre usar o Partido Verde para conseguir seus objetivos, ou ser usada pelo PV, no projeto de poder de muitos de seus membros.

Ela não está se dando conta da enorme utopia que será tornar o PV pelo menos parecido com o PT;

Ela poderia sair do PT, se quisesse novos rumos, mas deveria ir para um partido verdadeiramente comprometido com mudanças sociais estruturantes no Brasil, como o PCdoB ou outro.

Desse jeito, tudo indica que será "jantada" pela elite, e uma liderança nacional de futuro promissor, corre o risco de se tornar um fantasma político, daqueles que prometiam, mas não deram certo.

Poderia até ser positivo se ela fosse para o PV com poderes para proibir coligações com demo-tucanos e expulsar a elite "verde-fashion" que usam camisetas "salvem a Amazônia", mas detonam o planeta com elevados padrões de consumo de eletricidade, combustíveis e geração de lixo.

Seria positivo se ela desse uma guinada à esquerda no partido Verde, e vetasse candidaturas de deputados e senadores que destoassem daquilo que ela defende.

Mas todo mundo sabe (ela também) que é isso está fora de cogitação antes das eleições de 2010.

As divergências entre ela e segmentos reacionários do PV, será deixada para ser resolvida depois de 2010.

Se ela vencesse as eleições presidenciais (missão quase impossível), teria todo o sentido. Além de exercer o governo, tomaria conta do partido, e o enquadraria. Mas... a governabilidade bateria à sua porta, como imposição, e todas as concessões que ela diz condenar, teria que conceder, principalmente porque sua candidatura seria usada para levar "verdes" convertidos ao neoliberalismo, para o parlamento.

Se ela não vencer as eleições, mas for muito bem votada (coisa também pouco provável), ainda terá força dentro do partido para dar uma guinada à esquerda. Apesar do estrago já feito, ao ajudar a eleger uma bancada "verde" meio neoliberal.

Do contrário, tendo uma votação entre a simbólica e a boa, ela apenas ajudará o PV crescer do jeito que é hoje: uma frente partidária, que abriga uma meia dúzia de bons nomes, com alguns milhares de picaretas com votos, e outros direitistas convertidos, reacionários às mudanças sociais do governo atual.

Assim, a partir de 2010, abertas as urnas, o PV deverá sair fortalecido com quadros de centro-direita, e Marina ficará como uma dissidente dentro do partido, muito mais desconfortável do que está hoje no PT.

Sairá como uma celebridade nacional da política, mas sem papel significativo na história. Terá fama, e não poder para transformações.

Postar um comentário

Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.

  © Blogger templates 2008

Para cima