25.6.09

Um corpo estendido no chão

Cada vez mais me convenço de que, com a preciosa ajuda do PAC de Lula e Dilma, os Barros estão matando aquela Maringá cuja qualidade de vida era cantada em verso e prosa. Não bastassem as casas do PAC Santa Felicidade construídas nas áreas para equipamentos públicos (onde, claro, não moram secretários nem juízes), o Contorno Norte vai provocar uma divisão e/ou isolar trechos importantes da Zona Norte. Sem contar que os viadutos a serem construídos com os R$ 150 milhões do governo federal são simples, de uma só "perna", uma só via. Veja o caso da foto: a avenida Kakogawa vai afunilar para se transformar em viaduto - a outra pista fica no "planejamento", talvez algum dia algum prefeito com a cabeça no lugar construa. Vi o projeto e isso deve se repetir nos outros 15 (ou 12, cada hora é uma história) viadutos programados. Vai ser uma das coisas mais bizarras da engenharia maringaense.
A pretendida alteração no Plano Diretor, última tarefa do obediente Jurandir Guatassara Boeira antes de assumir o Ippul em Londrina, será a facada final num corpo chamado Maringá. E, para alegria de poucos políticos e empreiteiros, com a conivência da chamada "sociedade organizada".

4 pitacos:

Anônimo,  21:47  

Rigon, se tanta arrogância da administração barrenta servir pra dar lição aos que os vem reelegendo, então terá sido muito bom que as bizarrobras sejam feitas.

Se o preço for este, alto mesmo, paguemo-lo. Quem sabe assim a gente se livra em bloco desses pseudofilhos-da-terra que tanto profanam e barreiam à escâncaras a memorável história da cidade onde nasceram.

O tempo, que é silencioso, também é arrebatador; não há cupim que seja eterno nem barro que nunca seque.

Leonardo 22:24  

Cara, você entende tanto de engenharia quanto eu de cirurgia cardíaca. Eu nem moro em Maringá, mas com certeza este é o maior investimento em infraestrutura da história de Maringá. Quantos viadutos há em toda a cidade? Aposto que menos do que os 15 (ou 12) que vão construir em uma só tacada nesta obra. Aqui em Curitiba, na BR-116, que é muito mais longa e tem tráfego nas transversais algumas dezenas de vezes superior a estas avenidas do contorno norte, há 8 viadutos e um monte de semáforos. Há lugares com mais de 5km entre um viaduto e outro. Aí em Maringá vão fazer viadutos em avenidas que passam meia dúzia de carros por hora e vocês ficam reclamando. Como é difícil agradar todo mundo.

Leonardo 22:46  

Só complementando. O contorno norte é uma rodovia de classe 0 com acessos controlados, que é o padrão superior de estradas brasileiro. As rodovias modernas são assim, projetadas para atender apenas o tráfego de longa distância. Com acessos controlados não há interferência daquele Corcel velho que aparece na foto entrando a 20km/h em uma estrada com veículos a 110km/h. Para você ter uma ideia, o trecho sul do rodoanel de SP tem 54km e apenas três acessos. O mesmo acontece nas autobans da Alemanha. Não tem como um carro sair de um carreador ou de um posto de gasolina e entrar direto na estrada. Este controle vai a favor da segurança e da fluidez do tráfego.

Anônimo,  08:48  

Esse é o problema, quem cuida disso não anda de carro anda de avião, e anda na Alemanha, França, EUA,em muitos lugares longe de nossa realidade e necessidade, quando o Brasil chegar no nivel de desenvolvimento da Alemanha, não teremos meia duzia de carros por hora como se refere no comentario, e quando la chegarmos o seu Audi e o seu BMW estarão fazendo o serviço do Corcel velho.
Seria bom que engenheiros enxergassem um pouco mais longe do que 4 anos.

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