Michael, enfim a Paz!

Em uma noite de um domingo qualquer em 1982 o Brasil foi surpreendido por um garoto negro, magrinho, com uma voz marcante e um jeito diferente de dançar. No Fantástico, programa da Rede Globo, Michael Jackson despontava como um dos maiores superstars da música pop. O seu álbum Thriller, juntamente com o vídeo produzido por Quincy Jones tinha uma ousadia que ultrapassava a telinha da TV, mostrava cenas de uma superprodução cinematográfica.
Esse foi o início de uma nova fase do cantor mirim que embalou uma geração inteira, inclusive a minha, que dancei muito ouvindo “Ben”. Porém se por um lado, ele ficava cada vez mais famoso e milionário, sua vida pessoal se tornava mais triste e vazia, conforme depoimentos em que ele conta que era maltratado pelo pai que o chamava de feio.

A sua fragilidade emocional não aguentou tantas pressões e ele apesar de cercado por milhões de pessoas era um homem completamente solitário. Era inseguro por sua aparência e acabou deformado na sua ânsia por mudá-la. O medo de ser adulto sempre o acompanhou a ponto de ser comparado ao personagem Peter Pan, em sua Terra do Nunca. Teve filhos por inseminação artificial, ganhou milhões e os perdeu na mesma proporção. Esteve no céu e foi ao inferno, tudo isso sem deixar de ser um ícone da música pop mundial.
Foi embora assim de repente deixando órfã toda uma geração que cresceu com o som de Thriller, Beat It, Billie Jean, Bad e muitas outras canções que se eternizaram para sempre e que a exemplo de Elvis, Jimy Hendrix, Jim Morrison e John Lennon, jamais serão esquecidas. Talvez agora ele realmente esteja em Paz!

Antonio Santiago