Onde morou o perigo

O Ginásio de Esportes Valdir Pinheiro sediou a abertura dos Jogos Abertos Brasileiros sem possuir um sistema de prevenção de incêndio. A se seguirem as normas relativas à prevenção de incêndio, o local não poderia abrigar jogos. Não há hidrante nem mangueiras. O Corpo de Bombeiros, com ciência do Ministério Público, liberou o ginásio de forma precária, graças à assinatura de um termo de ajustamento de conduta, que estabeleceu prazo para a correção das falhas encontradas. As autoridades de segurança deram-se por satisfeitas apenas com a colocação de iluminação de emergência (uma coisa feia, feita às pressas nas portas) e a presença de extintores no dia da vistoria - no dia em que fui lá, por exemplo, não vi nenhum extintor. O poder público, que cobra do contribuinte uma postura de cumprimento da lei, é o primeiro a desrespeitá-la.
A abertura dos Jabs não teve o público esperado, de quase 3 mil pessoas, mas mesmo assim o fato de um ginásio daquele porte, inaugurado na administração do PT e que já passou por reformas, não possuir ainda um projeto de prevenção de incêndio é algo que vai além do desleixo, beira o crime. Ali estiveram reunidas centenas de jovens, em jogos noturnos inclusive, e que estiveram expostos a uma calamidade, que, felizmente, não aconteceu. Se tivesse acontecido, teríamos as autoridades do esporte, da segurança e da fiscalização dos deveres do Estado dividindo a culpa. Mas, como Deus existe...

(Foto PMM)