25.3.09

Criação e recriação da Identidade coletiva

Do parecer de especialistas em urbanismo, patrimônio e arquitetura, sobre a Estação Rodoviária Américo Dias Ferraz:

O valor de arte, bem sabemos, é um valor subjetivo, e estabelecido no momento presente e determinado segundo a capacidade de um objeto satisfazer às exigências estéticas do presente. Portanto, não existe um valor de arte absoluto, mas sim um valor relativo e esse valor de arte também se encontra na edificação, tanto em seus elementos construtivos que a tornam única do ponto de vista arquitetônico, quanto em sua inserção em um complexo paisagístico. Representante da moderna arquitetura brasileira, o conjunto edificado e paisagístico é dotado de valor artístico inerente às suas estruturas ambientais. Se o ‘valor de arte’ deve variar segundo o ponto de vista de quem o adota, é exatamente por não existir um valor de arte eterno, mas relativo e moderno, que a tarefa da conservação dessas estruturas deve, imperativamente, levar em consideração um valor futuro, desconhecido e imponderável.
Do mesmo modo, o valor cultural da edificação se traduz nas representações da rodoviária para os habitantes de Maringá. As múltiplas lembranças e as rememorações que a edificação estimula conformam a cultura do passado e do presente dessa cidade, no permanente processo de criação e recriação da identidade coletiva.
Por vermos nesse conjunto valores arquitetônico, artístico, histórico e cultural, pela sua existência, pelas histórias nele contidas, defendemos que essa edificação deva ser conservada como parte do patrimônio cultural da cidade.

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