ATIs: famílias moverão ações

Nos dois casos conhecidos até agora de mutilação de dedos de crianças por um equipamento da Academia da Terceira Idade, fabricados pela Ziober, de Maringá, as famílias decidiram ingressar com ação de reparação de danos materiais e morais. Há o caso de São José do Rio Preto, noticiado ontem aqui, e o de Maringá, também veiculado em primeira mão no blog. Ambos envolvem crianças.
Em São José do Rio Preto, o caso está nas mãos do advogado Ednir Aparecido Vieira; em Maringá, o advogado dos pais de Rhannie Lucas é Fernando Piloto. Ambos preparam medidas para ressarcimento dos danos. Na opinião de Piloto, a ATI, embora possua aparelhos onde não há impacto física, é uma academia como qualquer outra, devendo necessariamente seu uso, por lei, ser acompanhado de um profissional habilitado em Educação Física. Ele ressalta que, além disso, a academia nao possui quaisquer grades de proteção ou mesmo avisos para que o público leigo não usar os equipamentos.

"O que aconteceu com Rhannie Lucas poderia ter acontecido com o filho de qualquer pessoa, para não dizer com os próprios senhores e senhoras que usam sem qualquer supervisão aqueles aparelhos das academias da terceira idade, nao sabendo de que forma apropriada devem usá-los, número de repetições ou mesmo se possuem condições mínimas físicas para poder usá-los", diz o advogado, para quem é preciso o bom senso da administração publica em não jogar a responsabilidade para quem nãao tem conhecimento algum sobre atividades físicas. O garoto, lembra, levará até o final de sua vida, através de seu dedo amputado, "a lembrança de uma administração pública omissa e negligente a seu caso e Deus queira que a mais ninguém".