A vitória de Canova

Deus é grande e o mundo, redondo. O corretor de imóveis Jorge Canova anda de cabeça erguida, quase cinco anos depois de ter denunciado a corrupção no caso do destombamento do prédio da CMNP. Ele gostou de saber que houve sentença condenatória, enfim, justiça no caso. Lamentou as duas decisões anteriores, a primeira absolvitória, mas crê que a sentença da 2ª Câmara Criminal do TJ restabeleceu a verdade dos fatos. Quem sabe, agora, ele pode receber na justiça a comissão a que tinha direito quando vinha negociando a venda do imóvel para a Santa Alice; a loteadora preferiu o caminho mais curto, o de "comprar" vereadores.
Canova, que durante 23 anos foi policial rodoviário, é co-responsável também por uma outra condenação de Divanir Moreno, em 2006, esta a 4 anos de reclusão, por ter se apropriado dos vencimentos de sua filha, Juliana Canova, que era sua assessora na câmara. Na verdade, foi o próprio Divanir Moreno que se "entregou" ao juiz da 1ª Vara Criminal, Cláudio Camargo dos Santos. Ao depor, ele disse que Canova havia denunciado a propina porque ele, então vereador, havia demitido a filha de Jorge. O juiz então questionou o Canova, que, assim como sua filha, não sabiam da nomeação dela. Abriu-se outro processo, houve quebra de sigilo bancário e constatou-se que ela era funcionária fantasma sem saber: seu salário acabava na conta corrente de Edileuza Alves de Souza, mulher de Divanir.