Por uma sociedade menos corrupta

A nova condenação do presidente da Câmara Municipal de Maringá, João Alves Correa (PMDB), do ex-vereador Divanir Moreno (PMDB), de um assessor de John e de dois sócios da Loteadora Santa Alice, é uma vitória do Ministério Público local (que havia perdido praticamente por duas vezes) e do denunciante, Jorge Canova, que sofreu na pele por ter revelado este esquema de corrupção. Foi ruim, no entanto, para o atual diretor do Fórum, que teve sua sentença reformada pelo Tribunal de Justiça. O acórdão reconhece que os então vereadores receberam R$ 150 mil de propina, em duas vezes, para aprovar o destombamento do prédio da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná para beneficiar uma loteadora que queria construir ali um shopping-center.
Em Londrina, o vereador Henrique Barros (de novo, PMDB) foi preso por ter exigido R$ 9,9 mil de um empresário para a aprovação de um projeto. Os crimes são vizinhos (artigos 316 e 317) no Código Penal, mas apesar de o valor da propina dos vereadores maringaenses ter sido 15 vezes maior não haverá pena de prisão. A justiça neste caso costuma oferecer aos condenados a possibilidade de seguir regras rígidas de convivência social e/ou a prestação de serviços comunitários. Mas, de qualquer forma, se trata de uma vitória na construção de uma sociedade menos corrupta, pois pode frear e, quem sabe, evitar, a volúpia de alguns políticos de ter vantagens pecuniárias usando o cargo público.
A ação que culminou com a condenação de dois políticos, um assessor e dois empresários da Santa Alice foi iniciada em 27 de novembro de 2003, assinada pelos promotores Laércio Januário de Almeida, Lafaiete Barbosa Tourinho e José Aparecido da Cruz.

PS - Esqueci um nome nessa história toda, e o Ivan me lembrou: João Batista Beltrame, o Joba, então vereador, foi quem, procurado por Canova, indicou o MP como caminho para se chegar à justiça.