Epílogos
O texto é de Gregório de Mattos e Guerra (1633/1696), o Boca do Inferno, nascido na Bahia, foi o primeiro de nossos satíricos, homem de língua destravada e fácil veia poética - e o leitor que enviou a posia acha que ele viajou no túnel do tempo e já conhecia Maringá:
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Quem a pôs neste rocrócio?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura.
Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura.
E que justiça a resguarda?... Bastarda.
É grátis distribuída?... Vendida.
Que tem, que a todos assusta?... Injusta.
Valha-nos Deus, o que custa
O que El-Rei nos dá de graça.
Que anda a Justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.
5 pitacos:
Pode ser para Maringá e para a maioria das cidades do Brasil. Principalmente Brasília.
O cara era bom de verbo e de vocabulário.
Até parece letra de rap. É muito bom mesmo! Tem ritmo, força, balanço. Taí algo pra musicar, em três vozes, talvez com um samba de raíz, ja que o Gregório era afinado com a musica africana.
Então faz 400 anos que ditado caipira é real: MUDA-SE OS PINTOS, AS BUNDA SÃO AS MESMAS.
Ou melhor: MUDA-SE OS ANOS, OS CORRUPTOS SÃO OS MESMOS.
Oi cara... tudo bem?
incrível como já nekela época as coisas e os governos já eram podres.. u.u~
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.