17.12.07

Esse tal de jornalismo não serve pra mim

Trecho de artigo assinado por uma estudante de jornalismo do Cesumar:

Pense comigo, num jornal temos cinco horas para pegar uma pauta, entrevistar as fontes, fotografar e escrever o texto final. Se faz duas semanas que estou tentando escrever e não consigo, acho que não sirvo para esse tal de jornalismo. Mas, então, eu sirvo pra quê?
E isso lá é hora de pensar assim? Falta um ano exatamente para terminar o curso e eu demorei nada mais do que três pra descobrir que não tinha o dom para isso. Vou levar mais quantos para descobrir qual a minha vocação? Calma, talvez seja a famosa crise de terceiro ano que todos dizem ocorrer.
Leia mais.

6 pitacos:

Anônimo,  11:18  

Com essa beleza toda, faz o seguinte: você me mostra o asunto, eu entro com a pauta e te deixo com o lead.

Anônimo,  13:00  

Até que ela escreve bem. Na verdade, 99,9% dos cerca de 500 novos "jornalistas" que são vomitados todos os anos por estas escolas-caça-níqueis não conseguem juntar duas frases inteligíveis... A maioria quer mesmo é ser artista de tv e, sem talento, papai paga uma escolinha e dá nisso...

Anônimo,  13:30  

Como pode uma coisa dessas. Cinco horas é muito tempo para pegar uma pauta, entrevistar as fontes, fotografar e escrever o texto final. Para isso tem que ter talento e gostar desse trabalho. Preconizo que faça outro tipo de trabalho. Talvez, trabalhos manuais, que aliviam a mentte.

Anônimo,  14:14  

Fiow... faça como eu, desista no meio do curso e vai fazer o que gosta e dá dinheiro e você pode ser profissional liberal, sem depender de ninguém, direito, engenharia, etc...

Um jornalista tem que gostar de se meter na vida dos outros (fuxico), ficar de tocaia, horas a fio pra gravar outro asno fazendo top-top no gabinete do outro lado da rua, falar mal da vida dos outros, ou por gosto ou a mando do patrão dono de jornal, TV, rádio, safado também,e por aí vai...

Isso é profissão? Ou ser honesto e passar fome... né zé? ...

Anônimo,  14:16  

Se vc pretender trabalhar na grande imprensa nacional basta ter alguns textos prontos malhando o LULA ou o próximo presidente nos dois ultimos anos de seu mandato. Hoje textos elogiando o Serra seriam bem vindos. Na imprensa regional voce tem que ver qual o "lado" político do jornal e aí fica fácil, é criticar os "do outro lado", o que é bem fácil e elogiar os do "nosso lado" o que nem sempre é muito fácil, veja Maringá, p.ex.
Independencia nem pensar. Bola para frente, muitos jornalistas, assim como muitos outros em suas profissões não sabem o que estão fazendo ali. Ou aqui.

Anônimo,  09:55  

A moça está com um dilema comum: vou dar conta?

A resposta é: vai, se quiser.

O segredo do jornalismo é ler. Quanto mais você ler, vai escrever melhor e em menos tempo.

Ela tem medo porque não conhece o trabalho de verdade em um jornal. E não conhece porque não foi apresentada, nem por simulacro.

Os alunos saem morrendo de medo da faculdade porque, infelizmente, têm professores que só pisaram em uma redação para entregar release (texto de assessoria de imprensa).

Há professores despreparados para mostrar a essa moçada o que é uma verdadeira redação. Está longe de ser um monstro. Basta ser uma pessoa dinâmica.

As faculdades de jornalismo têm disciplinas de técnica de redação, mas, o problema é humano. Falta mão-de-obra que eduque adequadamente. Mestres, doutores e pós-doutores que se afundam em discussões teóricas, uma balela que só discute a produção alheia. Afinal, grande parte das teses de doutorado em comunicação são em cima do que? Em cima dos meios de comunicação! E quem fazem os meios de comunicação? Empresários e jornalistas, a galera que de fato põe a mão na massa.

Em Maringá temos duas faculdades de jornalismo. Quantos jornais você vê por mês desse pessoal? Deveriam ter pelo meno um jornalzinho impresso por mês.

Qual a utilidade de se passar quatro anos na faculdade, fazendo provas ferradas de disciplinas manés, tendo em vista que o mercado de trabalho e a sociedade apenas esperam do jornalista uma coisa: eficiência em mostrar o que está acontecendo. Parece pouco, mas o pessoal não está sdaindo preparado para isso.

Portanto, à moça que escreveu o artigo, desiludida, só posso dar um conselho: leia os jornais e revistas que você tiver mais afinidade, livros (até bula de remédio vale) e esqueça o terror das salas de aula. A vida fora da academia existe e é muito menos complexa (e mais interessante) do que pintam. Esqueça as experiências que jovens seus professoram arrotam. Desconfie deles. Se eles fossem bons, a maioria de vocês sairia com emprego.

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