25.11.07

IAM

Foi a terceira vez - ou a quarta, não tenho certeza - que tive a dor. Nas anteriores, acreditava que era dor muscular, pois tinha feito esforço físico. No domingo passado, o que fiz foi pisotear latinhas de cerveja. Senti uma dor insuportável e constante na junção do braço esquerdo com o ombro, embora os médicos digam que ela sai do centro do peito para cima. Sei que a dor atingiu todo o braço esquerdo, que ficou inutilizado. Ela deve ter começado por volta das 13h, mas dava sossego - ia e voltava. Até que houve uma hora que ela decidiu ficar. Eu preferi esperando ela ir embora antes de procurar o médico por puro preconceito: como chegar ao hospital berrando? Simplesmente se grita de dor, não há folga sequer para articular palavras.
Fui muito bem atendido no Hospital Municipal, no Hospital Paraná e no Hospital Santa Rita. Saí de casa por volta das 17h15 e quando o primeiro exame ficou pronto me recordo do rapaz falando que era um "infartaço". Saí do HM (dra. Fabíola dos Anjos e Écio Nascimento) para o HP por volta das 23h40. O dr. Marcos Franchetti fez o cateterismo e a angioplastia, um trabalho que foi elogiado inclusive no serviço de ecocardiografia. Depois das 3h já estava instalado na UTI Cardíaca do Santa Rita, onde fui atendido pelo dr. Geraldo Angelo Nogueira (que em 2004 já havia me ajudado a livrar de um miniderrame) e toda a equipe médica e de enfermagem do hospital. Se tivesse um notebook às mãos, teria escrito um livro. Lá permaneci três dias até ser transferido para o quarto, de onde fui liberado ontem.
Permitam agradecer aos médicos e servidores de todos hospitais (à simpática e eficiente Karine como símbolo desta dedicação), a Unimed (que repetiu a presteza de 2004), a Hiran Alencar Mora Castilho e a Alvo Visoto Jr; aos camaradas Geraldo Irineu, Evaristo Andrade e Verdelírio Barbosa, os primeiros a serem acionados naquele domingo à noite, às mais de 30 pessoas que me visitaram no hospital (conto mais depois) às dezenas de manifestações, telefonemas, cartões e emails que me chegaram - e também aos desejos de recuperação que, sei, não me chegaram. Agradeço principalmente a Deus, à Satico Sam e ao Pedro Gabriel, à Cláudia e ao Luiz, de Campo Mourão. A todos, de novo, muito obrigado - e desculpem se esqueci alguém.

PS - IAM significa infarto agudo do miocárdio. Em 1994, quando sofri um acidente de carro, preferi não realizar cirurgia reparadora no couro cabeludo (tive fratura craniana) para poder, toda a hora em que olhasse no espelho, lembrar que estou aqui na prorrogação, e graças a Deus. Desta vez, levei do Santa Rita o cartaz de identificação do paciente, que eles colocam na UTI. Vou colocar numa moldura e pendurar no meu escritório, para não esquecer das obrigações que tenho para comigo.

5 pitacos:

. 16:03  

Sei bem como é isso Rigon,fiquei um tempão em coma no hospital e no entando continuo aqui enchendo o saco...querem se livrar de mim...
MAIS NUM VÃO!!!

Inconformado 20:07  

Para quem não te conhece pessoalmente, é bom ler estas histórias e ver o quanto humano você é. Gostaria de ter visitado-o no hospital, mas não podia me expor. Sei o que você sofreu de dor. Graças a Deus, continua entre nós.

Anônimo,  09:25  

Já passei por algumas e foi novamente sua vez. Imagine então quantos enfrentam a mesma situação. Todos os dias são milhares, mas poucos como nós conseguem voltar a ser o que eram antes. Talvez seja o momento de repensarmos algumas palavras e atitudes.
Torço muito por nós e pelos outros.

Anônimo,  12:44  

Acho que você precisa olhar para sua cicatriz, para a identificação da uti e lembrar de suas obrigações para com Deus e não para consigo mesmo.
Afinal de contas se você ainda está vivo, é graças a Ele.

Anônimo,  22:12  

RIGON, espeero que este recado que vc esta dando, seja realmente sempre lembrado e fazendo o bem, com o coração aberto, sincero e justo.
vc é novo e ainda é tempo de agradecer a DEUS nosso PAI CELESTIAL.
sucesso.

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