Rodriguianas
De Nelson Rodrigues:
- Toda autocrítica tem a imodéstia de um necrológio redigido pelo próprio defunto.
- Considero o bom gosto uma virtude de quinta classe.
- O brasileiro não está preparado para ser ‘o maior do mundo’ em coisa nenhuma. Ser ‘o maior do mundo’ em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.
- No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.
- O carioca é um ser encantado. No Rio, dois sujeitos que nunca se viram tornam-se como que súbitos amigos de infância e caem nos braços um do outor aos soluços. É a única cidade em que pode nascer, entre dois desconhecidos, uma intimidade fulminante.
- Toda coerência e, no mínimo, suspeita.
- Há coisas que o sujeito não confessa nem ao padre, nem ao psicanalista, nem ao médico e nem ao médium, depois de morto.
- Meus diálogos são realmente pobres. Só eu sei o trabalho que me dá empobrecê-los.
- A desgraça de Satã é sua impossibilidade de amar. O abominável Pai da Mentira não gosta de ninguém. Daria a metade de suas trevas por uma única lágrima de amor.
- As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado.
- Na vida, o importante é fracassar.
- A vida é a arte de não fazer favores. Nada ofende mais do que o benefício, nada agride mais do que o favor.
0 pitacos:
Postar um comentário
Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.