2.4.07

Rodriguianas

De Nelson Rodrigues:

  • Toda autocrítica tem a imodéstia de um necrológio redigido pelo próprio defunto.
  • Considero o bom gosto uma virtude de quinta classe.
  • O brasileiro não está preparado para ser ‘o maior do mundo’ em coisa nenhuma. Ser ‘o maior do mundo’ em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.
  • No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.
  • O carioca é um ser encantado. No Rio, dois sujeitos que nunca se viram tornam-se como que súbitos amigos de infância e caem nos braços um do outor aos soluços. É a única cidade em que pode nascer, entre dois desconhecidos, uma intimidade fulminante.
  • Toda coerência e, no mínimo, suspeita.
  • Há coisas que o sujeito não confessa nem ao padre, nem ao psicanalista, nem ao médico e nem ao médium, depois de morto.
  • Meus diálogos são realmente pobres. Só eu sei o trabalho que me dá empobrecê-los.
  • A desgraça de Satã é sua impossibilidade de amar. O abominável Pai da Mentira não gosta de ninguém. Daria a metade de suas trevas por uma única lágrima de amor.
  • As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado.
  • Na vida, o importante é fracassar.
  • A vida é a arte de não fazer favores. Nada ofende mais do que o benefício, nada agride mais do que o favor.
(Via Leite de Pato)

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