23.3.07

Câmara dos Deputados do Brasil

Do ex-blog de Cesar Maia:

01. Todo início de governo é a mesma coisa no presidencialismo imperial brasileiro. O presidente chega cheio de votos diretos e os deputados se ajustam a este lastro popular. Não há oposição substantiva em início de governo no Brasil.
02. Enquanto isso os deputados vão disputando espaços e verbas no executivo. O presidente fica todo faceiro, pois acha que são suas articulações políticas que produzem a maioria. Não são. São seus votos. O resto é derivado.
03. Esta lógica é que produziu os golpes brancos na Venezuela e depois na Bolívia e agora no Equador. Aproveita-se o lastro do voto e se muda a constituição. No Equador com menos de 30 dias de mandato o presidente conseguiu cassar -"legalmente"- quase a metade dos deputados.
04. Há uma máxima na política latino-americana: "Em início de governo se tem todo o poder e nenhuma experiência administrativa. No final se tem toda experiência administrativa e nenhum poder". Como Lula nada aprendeu no primeiro e "mensalônico" mandato, começa tudo de novo e vale a máxima.
05. Depois as coisas vão se acomodando. As expectativas criadas ajustam a opinião pública à realidade. Deputados da base episódica do governo querem ser prefeitos e disputam entre si. Espaços já não são mais suficientes, pois uns levaram mais que outros. Os recursos liberados nunca são horizontais. E por aí vai.
06. A oposição deveria assistir o premiado documentário da luta de Cassius Clay na África anos atrás. Ou qualquer luta equilibrada entre pesos pesados. Se tentar nocautear o governo de saída pode ser nocauteado. Deve ir tirando a resistência do governo através de golpes sistemáticos no fígado e no baço. Girando em torno do governo e desgastando-o sempre e continuadamente.
07. Com isso acelera o necessário desgaste do governo e o inevitável conflito interno um quadro inorgânico como o brasileiro.
08. O tempo da oposição começa no segundo ano de governo. Aí já poderá levar o governo a lona por alguns segundos. Mas para isso deve tê-lo desgastado nos primeiros rounds. A CPI do Apagão deve ter este foco. Não é a batalha final. E não pode ser tratada assim. A ela vão se somando outras e sucessivas: a emenda número 3, o leque de gastos sem licitação do governo e o TCU está cheio deles auditados, as prorrogações da DRU e da CPMF, etc... e tal... progressivamente.

1 pitacos:

Anônimo,  10:52  

Pelas notícias veiculadas, acredito que atualmente a disputa é grande em Brasília. Uma facção partidária que pensa estar cheio de estrêlas políticas poderia ser chamado de Comando Vermelho de Esquerda. Os politicos que fazem parte do poder a tanto tempo qurem ser sempre os primeiros gostaria de ser chamado de Primeiro Comando da Capital Federal.

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