23.12.06

Coluna do Ronaldo Nezo (sábado)

Credenciamento
O credenciamento do Hospital Municipal pelo Ministério da Saúde é uma boa notícia para o setor. A Secretaria de Saúde Maringá já recebeu o primeiro repasse de recursos e, com isso, passa a ter um novo fôlego financeiro.

A grana
O Municipal terá do governo, mensalmente, cerca de R$ 162 mil. Não é muita coisa, mas representa uma conquista, já que o hospital era financiado integralmente pelo município. O HM custa, aproximadamente, R$ 850 mil/mês.

Descartado
Conforme o secretário de saúde, Antonio Carlos Nardi, o credenciamento e os resul-tados da reforma adminis-trativa feita naquela unidade hospitalar praticamente descartam a necessidade de terceirização do Hospital Municipal.

Cirurgias
Agora, a principal meta da administração municipal é abrir o centro cirúrgico. Nardi quer que aquela unida-de hospitalar receba cirurgias eletivas de baixa com-plexidade. Uma das metas é fazer laqueaduras, já que, atualmente, as mulheres maringaenses têm dificulda-de para consegui-las pelo SUS.

Lamento
Uma coisa que o secretário de saúde lamenta é a saída do atual ministro da Saúde, Agenor Álvares. “Nunca tivemos alguém que conhecesse tanto de saúde pública ocupando o ministério”. Com as mudanças previstas no governo federal, o atual ministro, que é servidor de carreira e, por isso, conhece tudo do setor, deixará o cargo. O próximo responsável pela pasta será, como sem-pre foi, um político.

Segurança
Pra fechar a série de entrevistas da semana, a CBN Maringá ouviu, ontem, o delegado Antonio Brandão Neto. A principal meta da Polícia Civil para 2007 é buscar maior aproximação com a comunidade.

Reuniões
O delegado pretende realizar encontros nos bairros, a cada quinze dias. Durante o dia todo, ele daria atendimento à população, almoçaria com as lideranças e, à noite, faria uma palestra.

Confiança
Brandão Neto quer ganhar a confiança da população. Ele entende que essa a melhor estratégia para que a comun-dade denuncie os bandidos – que geralmente são conhecidos dos moradores.

Roubos
O delegado lamentou o crescimento dos roubos. Neste último ano, foram quase 80% a mais de assaltos – muitos deles, a mãos armadas. Em 2005, foram 724 roubos; neste ano, até o momento já são 1293.

Estelionato
O melhor número apresentado por Brandão Neto foi mesmo a redução do número de estelionatos. Em 2005, houve 763 registros; em 2006, pelo menos por enquanto, são 399. Uma redução de apro-ximadamente 50%.

Devedor
Atendendo a determinação do Tribunal de Contas do Estado, a prefeitura de Maringá inscreveu, nessa sexta-feira, o ex-prefeito Jairo Gianoto na dívida ativa. O valor da bronca? R$ 87 milhões. Com isso, Gianoto pode ser considerado um dos maiores devedores, pessoa física, do país.

Refletindo
A ocasião sugere pensar por alguns instantes sobre o Natal. A data é especial, festiva, envolvente. Entretanto, está longe de proporcionar alegria a todos. Há milhares, talvez milhões, de pessoas que experimentam um sofrimento silencioso. Algumas, porque se recordam de entes queridos que já se foram; outras porque estão distantes de quem amam.
Nesta semana, ouvi o depoimento de Tânia Vicentini, mãe da jovem Carla, desaparecida há 10 meses nos Estados Unidos. Distante milhares de quilômetros, essa mãe está impotente diante de uma incerteza: está viva ou não a filha tão querida?
Mas existem outras milhares de pessoas que sofrem a dor pelo não acesso aos bens de consumo. O Natal transformou-se numa festa das compras. Todos são estimulados a comprar. Tem um Natal feliz quem compra, recebe e dá presentes. Viagens maravilhosas também estão no “cardápio” dessa data.
A impossibilidade de comprar deixa milhões de pessoas dependentes do favor alheio. E, convenhamos, por mais gostoso que seja receber as benesses de alguém, não há nada que se assemelhe com a sensação de poder escolher, de comprar o que se quer...
Essa loucura toda provocada pelo estimulo ao consumo também causa traumas, sensação de perda e impotência. Como o mundo inverteu a lógica do Natal, a data, em vez de falar de um Deus justo, parece sugerir que o Todo Poderoso é bom para uns e esqueceu-se de outros tantos.
Como explicar, por exemplo, para uma criança pequena que o Natal é bom enquanto o vizinho do lado festeja com belos brinquedos, uma dezena de doces e muita comida na mesa e ela, ali em universo tão particular, recebeu um pobre brinquedo de plástico e disputa um pedaço de frango com os irmãozinhos?
Estamos no rumo errado. Ainda não entendemos o mistério da manjedoura de Belém.

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