Área de preservação? Deixe disso...

A reportagem de Juliana Daibert, intitulada "Abandonados, fundos de vale da cidade agonizam", publicada no último domingo em O Diário, deveria ser lida por Silvio II, Guatassara e Croce, as pessoas a quem cabe a observação da legislação nessa área. Especialmente este box, que mostra como um engenheiro da prefeitura, por conta própria, decidiu acabar com uma área de preservação:

Área perdeu categoria de protegida
Chama a atenção, na avenida Juscelino Kubitscheck, sentido cemitério-Vila Operária, o movimento de construção em uma área à direita do Parque do Ingá. O local já abrigou um fundo de vale que perdeu o posto por conta da canalização do córrego Moscados, feita há cerca de nove anos por conta de constantes alagamentos na avenida. “A partir do momento em que o córrego foi tubulado e toda água foi cananizada, a galeria substituiu a calha do rio. Por isso, a área de preservação permanente deixa de ser necessária”, explica o engenheiro Carlos Augusto Campelo Lopes, gerente de Recursos Hídricos da Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano (Seduh).
A galeria pela qual o córrego vaza 400 metros adiante está 12 metros abaixo da superfície e tem três metros de diâmetro. O incipiente volume de água que sai da galeria desemboca em uma enorme voçoroca, ainda na Vila Bosque. Totalmente degradada, essa área está engolindo a beirada das chácaras que ficam na rua Monteiro Lobato.
De propriedade da WDena Corretora e Assessoria Imobiliária, a área tem 1,2 mil metros e faz divisa com a chácara da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Maringá. Para iniciar as obras, há pouco mais de dois meses, os proprietários tiveram de limpar o local, usado indevidamente como depósito de lixo. Foram retiradas duas toneladas de entulho.
Vinte caminhões de terra serão usados para nivelar a área que será coberta por pedras, terá grama em toda a extensão do barranco e contará com árvores nativas no entorno, como pitangueiras.