Virou bagunça

O prédio de seis andares que vem sendo construído defronte o paço municipal, no Centro de Convivência Comunitária Renato Celidônio, de forma irregular, continua provocando revolta das pessoas - é claro, não a de Silvio II, que, pelo contrário, até fez uma lei especial para adequar a legislação de uso do solo com a obra em andamento.
Hoje pela manhã dois caminhões subiram no calçamento da praça pública para despejar material. Pior, subiram sobre a grama - e os secretários Croce e Guatassara Boeira certamente não viram. Na semana passada despejaram cimento usinado sobre a grama, e a prefeitura nada fez, mesmo alertada. Desta vez, chegaram a retirar a cerca de ferro para que um dos caminhões fizesse o serviço.
A obra, que pertence ao filho de um promotor, vai revoltar mais ainda: beneficiado com a dispensa do recuo de quatro metros, o edifício terá entrada de carros pela própria praça. Ou seja, os veículos vão transitar sobre o Centro de Convivência, lugar de pedestre.
Maringá orgulhava-se de seu planejamento, até que Silvio II tomou posse. Irregularidades como esta tornaram-se rotineiras, mas normalmente beneficiando a elite. No caso em questão, além do prédio destoar do conjunto - ali é Centro Cívico, a prefeitura jamais poderia ter autorizado uma obra particular -, não há reserva de 10% de área permeável, como estabelece a legislação. É um acinte aos que defendem as leis urbanas e a qualidade de vida.