Os vagabundos e as greves
Por VALTER BAPTISTONI:
Segundo o Dicionário Aurélio, Vagabundo significa indivíduo desocupado, ocioso, vadio.... Dentre outras denominações. Este termo Vagabundo vem do latim ¨vagabundu¨ e tornou-se notório durante a Revolução Industrial. Vindos das zonas rurais e buscando ocupação nas novas cidades que surgiam na Europa, homens e mulheres desempregados ficavam nas praças à espera de algum empregador a fim de conseguirem trabalho. Hoje o termo é preconceituoso e usado com a finalidade de humilhar ou denegrir a moral de indivíduos que nem sempre são ¨desocupados¨.
A História das greves geralmente é de conflitos e quanto mais autoritário a classe patronal, maior os conflitos: “São Paulo é uma cidade morta: sua população está alarmada, os rostos denotam apreensão e pânico, porque tudo está fechado, sem o menor movimento. Pelas ruas, afora alguns transeuntes apressados, só circulavam veículos militares, requisitados pela Cia. Antártica e demais indústrias, com tropas armadas de fuzis e metralhadoras.
Há ordem de atirar para quem fique parado na rua. Nos bairros fabris do Brás, Moóca, Barra Funda, Lapa, sucederam-se tiroteios com grupos de populares; em certas ruas já começaram fazer barricadas com pedras, madeiras velhas, carroças viradas e a polícia não se atreve a passar por lá, porque dos telhados e cantos partem tiros certeiros. Os jornais saem cheios de notícias sem comentários quase, mas o que se sabe é sumamente grave, prenunciando dramáticos acontecimentos”. (Dias, Everardo. "História das Lutas Sociais no Brasil”. Apud Bandeira, M. et alia, op. cit., pp. 56-57.)
O empregador autoritário geralmente usa dos aparelhos do estado para firmar seu poder repressor como do texto acima que relata a greve de 1917, considerada a primeira grande greve brasileira.
Durante o período da República Velha (1889-1930) os governos oligárquicos tratavam a greve, que é um problema social como “caso de polícia”, e adotavam medidas arbitrárias, autoritárias, como por exemplo espancamento e prisão das lideranças grevistas e a expulsão dos estrangeiros do país.
Apesar da forte repressão, o movimento grevista liderado pelo sindicato e com a participação maciça de imigrantes italianos e espanhóis, estendeu-se praticamente por 2 anos indo até 1919, espalhando-se para várias regiões do território brasileiro.
Se por um lado as greves não conseguiram seus objetivos mais imediatos, certamente contribuíram para promover debates no meio operário sobre os rumos do movimento sindical e a categoria funcional amadureceu no que se refere a requerer condições mais dignas, mais humanas de trabalho.
Geralmente a repressão tende a fortalecer a ideologia da greve, e fatalmente surgem novas lideranças e que numa sociedade democrática acabam tornando-se vereadores, prefeitos, deputados e como todos conhecemos no caso da História brasileira recente, foi eleito o Presidente da República. É como diriam os marxistas: ¨a burguesia cria seus próprios coveiros¨.
No Código Penal Brasileiro de 1890 (decreto 1162 de 12.12.1890) a greve era proibida, o Decreto Lei 431 de 18.05.1938 tipificou a greve como crime. Em 1946 a greve passa a ser reconhecida como direito dos trabalhadores, em 01/01/1964 novo retrocesso com a Lei 4.330 denominada ¨lei de greve¨que visava exclusivamente os interesses patronais (estavamos entrando no perído do militarismo). Voltamos a evoluir só em 1988 com a Nova Constituição que no seu Art. 9 reconhece como direito fundamerntal a todos os trabalhadores tanto a greve como a livre sindicalização, para funcionários do serviço público e privado com exceção apenas para os militares.
A História das greves geralmente é de conflitos e quanto mais autoritário a classe patronal, maior os conflitos: “São Paulo é uma cidade morta: sua população está alarmada, os rostos denotam apreensão e pânico, porque tudo está fechado, sem o menor movimento. Pelas ruas, afora alguns transeuntes apressados, só circulavam veículos militares, requisitados pela Cia. Antártica e demais indústrias, com tropas armadas de fuzis e metralhadoras.
Há ordem de atirar para quem fique parado na rua. Nos bairros fabris do Brás, Moóca, Barra Funda, Lapa, sucederam-se tiroteios com grupos de populares; em certas ruas já começaram fazer barricadas com pedras, madeiras velhas, carroças viradas e a polícia não se atreve a passar por lá, porque dos telhados e cantos partem tiros certeiros. Os jornais saem cheios de notícias sem comentários quase, mas o que se sabe é sumamente grave, prenunciando dramáticos acontecimentos”. (Dias, Everardo. "História das Lutas Sociais no Brasil”. Apud Bandeira, M. et alia, op. cit., pp. 56-57.)
O empregador autoritário geralmente usa dos aparelhos do estado para firmar seu poder repressor como do texto acima que relata a greve de 1917, considerada a primeira grande greve brasileira.
Durante o período da República Velha (1889-1930) os governos oligárquicos tratavam a greve, que é um problema social como “caso de polícia”, e adotavam medidas arbitrárias, autoritárias, como por exemplo espancamento e prisão das lideranças grevistas e a expulsão dos estrangeiros do país.
Apesar da forte repressão, o movimento grevista liderado pelo sindicato e com a participação maciça de imigrantes italianos e espanhóis, estendeu-se praticamente por 2 anos indo até 1919, espalhando-se para várias regiões do território brasileiro.
Se por um lado as greves não conseguiram seus objetivos mais imediatos, certamente contribuíram para promover debates no meio operário sobre os rumos do movimento sindical e a categoria funcional amadureceu no que se refere a requerer condições mais dignas, mais humanas de trabalho.
Geralmente a repressão tende a fortalecer a ideologia da greve, e fatalmente surgem novas lideranças e que numa sociedade democrática acabam tornando-se vereadores, prefeitos, deputados e como todos conhecemos no caso da História brasileira recente, foi eleito o Presidente da República. É como diriam os marxistas: ¨a burguesia cria seus próprios coveiros¨.
No Código Penal Brasileiro de 1890 (decreto 1162 de 12.12.1890) a greve era proibida, o Decreto Lei 431 de 18.05.1938 tipificou a greve como crime. Em 1946 a greve passa a ser reconhecida como direito dos trabalhadores, em 01/01/1964 novo retrocesso com a Lei 4.330 denominada ¨lei de greve¨que visava exclusivamente os interesses patronais (estavamos entrando no perído do militarismo). Voltamos a evoluir só em 1988 com a Nova Constituição que no seu Art. 9 reconhece como direito fundamerntal a todos os trabalhadores tanto a greve como a livre sindicalização, para funcionários do serviço público e privado com exceção apenas para os militares.
(*) Valter Baptistoni - Historiador
5 pitacos:
E quem é indicado para trabalhar em um cargo como a esposa do Dorival Dias e não aparece para trabalhar é o quê?
1) vagabundo?
2) grevista?
3) está doente?
4) rouba e não faz?
5) não sabia que estava indicada?
6) todas as acima?
7) 1, 4, 5?
Realmente, uma boa parte dos nossos políticos, surgem de movimentos populares, pena que 99% são só fachada, e quando chegam no governo traem sem misericórdia,aqueles que os colocaram lá, exemplo mais recente é o nosso famigerado pres.Lula, que traiu os trabalhadores e da forma mais perversa, pois ele não se tornou mais um nessa burguesia, como a maioria da direita. Ele se tornou capacho dela, trabalhando p/ela e fingindo p/classes menos esclarecidas, que ainda está com o trabalhador. E tem que ser muito pouco esclarecido p/não ver que Lula e direita, hoje , trabalham incansavelmente para o mesmo patrão, só que um ao lado e o outro (Lula) de joelhos.
Este texto remete-nos ao processo de criminalização que este prefeito perfeito instalou sobre a greve dos servidores.
A fim de mascarar suas atitudes terroristas inventou o jargão " eu só ajo dentro da lei".
Tapeou a todos os inocentes que não sabem de que laia ele é.
Nós funcionários sabemos muito bem quem é ele, ainda mais sendo irmão de quem é.
Chamou os servidores de bandidos e quadrilheiros, mas quem colocou capangas e seguranças armados para intimidar os servidores foi ele.
Não respeita os direitos dos trabalhadores e não admite ser questionado em suas ações.
De que ser estamos falando?
Não consigo nem precisar !!!
"A burguesia cria seus próprios coveiros", bonita frase mas, infelizmente, no Brasil a burguesia está rindo à toa, porque como disse o colega acima, os políticos advindos da classe trabalhadora, como essa corja nojenta do PT, liderado por esse canalha do Lula, chegam ao poder e, virando lacaios da burguesia se tornam coveiros sim, mas dos trabalhadores que confiaram em algo diferente e os colocaram lá, que no caso, eu me incluo.
Paulo Vieira.
Segundo o nosso magnífico prefeito, o grevista é vagabundo, com todos os seus predicados.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.