17.5.06

Solidariedade

Jorge G. Vilallobos escreveu no Factorama:

Solidariedade era o nome do famoso sindicato da Polônia que Lech Walesa representou durante anos. A palavra no mundo todo passou a ser símbolo da resistência dos trabalhadores contra a opressão estatal e as péssimas condições de trabalho e baixos salários. Ainda, na sua origem, a palavra esta associada a um profundo sentido moral que diz relação com um vínculo social, seja com um grupo, seja com indivíduos. Hoje, o debate a respeito da solidariedade não se restringe somente a uma questão moral, ela está no centro de inúmeros debates políticos, como por exemplo, o que travaram o ministro de Defesa da Espanha José Buono e o presidente da Generalitat Pasqual Maragal, afirmando o primeiro que “ser solidário não é ser de direita, ao contrário, é ser de esquerda”. No geral é esse o sentido atual da palavra, no entanto, não é de uso exclusivo da esquerda. Isto fica claro no Decreto Municipal nº 432/2006 que trata de um ato do Poder Executivo, no qual se argumenta que “por estar solidário” com o movimento reivindicatório encabeçado pelo Sindicato Rural de Maringá e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná, o expediente do dia 16 de maio no Paço Municipal encerrará às 12 horas.
Confesso que não estou acostumado a ver atos de solidariedade vindo do Poder. De fato, o documento em anexo é uma jóia rara produzida aqui em Maringá. Certamente confio que não seja a última. Espero ver muitos outros Decretos, quando trabalhadores de outras categorias estejam reivindicando planos de cargos e salários. Pois ao final, são eles ainda os que transformam o capital em mais capital.

1 pitacos:

Fábio Linjardi 11:02  

Também acho que a prefeitura apoiou a manifestação porque tem o povo da grana envolvido. Não imagino prefeitura e Acim baixando as portas, por exemplo, diante de uma manifestação de mototaxistas pela legalização de sua atividade no município.

Outra sacanagem: os agricultores têm todo o direito de realizarem manifestações. Podem protestar pelo resto de suas vidas, se quiserem. O que eles não podem é impedir o direito de ir e vir dos outros.

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