Pão, circo e grana
De Paula Pacheco na Carta Capital:
A cada quatro anos, o Brasil é tomado por uma onda nacionalista. A diferença agora, ano da Copa do Mundo da Alemanha, é que mais e mais setores – indústria, comércio, finanças – perceberam no maior evento futebolístico do planeta a oportunidade de faturar. Nas lojas e nas bancas de camelôs do País, encontra-se absolutamente de tudo com as cores verde-e-amarelo. De modestos chaveirinhos a pingentes cravejados com pedras preciosas, de roupa íntima à tradicional camiseta, de jogo de botão a bicho de pelúcia.
Na publicidade não é diferente. Alguns minutos na frente da tevê e começa a overdose de anúncios. Ora é guaraná, ora é banco ou a camisa amarelinha. E nessa avalanche de produtos, quem se destaca é um rapaz negro, de dentes proeminentes, cabelos ondulados presos num rabo-de-cavalo e sempre com um sorriso aberto. Contra todos os estereótipos promovidos pela publicidade, que privilegia modelos brancos, altos, magros e de cabelos escorridos, Ronaldinho Gaúcho surge onipresente em 12 campanhas publicitárias a 40 dias do início da Copa da Alemanha.
O atacante da Seleção Brasileira e do Barcelona é a mina de ouro desta Copa. A lista é grande: brinquedos da Estrela, chicletes Bubbaloo, o picolé da Kibon, o desodorante Rexona, um álbum de figurinhas de Mauricio de Sousa, camisa da Nike, operadora de celular Oi, isotônico Gatorade, guaraná Antarctica, Santander Banespa e o Cartoon Network. O cofrinho do jogador, é claro, tem crescido na mesma proporção.
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