Ano eleitoral

O Informe DNP, de O Diário, noticia que o juiz Belchior Soares da Silva, da 6a Vara Cível, condenou o promotor Cruz a pagar custas e honorários em uma ação que ele moveu contra o maringaense Edvaldo Trindade. Este rapaz, ligado a um deputado federal da cidade (imaginem quem?!...), acusou o promotor de prevaricação por não ter aberto ação contra o deputado Odílio Balbinotti, por causa de um cheque de R$ 91 mil, da Prefeitura Municipal de Maringá, utilizado pelo ex-prefeito Jairo Gianoto para pagar compra de adubo do parlamentar.
O redator coloca que "na época, o promotor chegou a defender o deputado em entrevistas". Como eu era assessor de Balbinotti e acompanhei de perto o caso, acho que a coisa não ficou bem explicada: o promotor deu entrevistas dizendo que nada havia contra o deputado no MP, como de fato não havia. Tudo porque o mesmo O Diário fez uma reportagem com chamada de capa com informações mentirosas sobre a história. O mesmo jornal, meses atrás, se redimiu e explicou direitinho como foi a coisa: Gianoto comprou sementes de soja da empresa de Balbinotti, deu um cheque dele, Gianoto, e pediu para segurar. Quando foi dado sinal verde para soltar o cheque, este foi utilizado para pagar parte do adubo comprado em São Paulo da Produquímica - a empresa verificou que o cheque voltou, entrou em contato com a Sementes Adriana, que por sua vez cobrou Gianoto. O então prefeito disse que resolveria o problema diretamente com a Produquímica. Para isto, tomou um cheque administrativo junto ao ex-secretário Paolicchi, foi até Campo Grande, entrou numa agência do Bradesco e fez o depósito na conta da Produquímica. Como era para resgatar um cheque, colocou seu nome no documento. Esta é uma das provas mais fortes do desvio de recursos públicos feito pelo ex-prefeito. Balbinotti, para provar que nada tinha com isso, conseguiu inclusive cópias dos documentos - o que acabou ajudando a desmantelar a quadrilha que agia na prefeitura.
Apesar disso, houve quem tentasse encontrar um vínculo, para prejudicá-lo eleitoralmente. Imagino que seja a mesma pessoa que, no dia das eleições de 2004, pagou anúncio falso em que Gianoto pedia votos para Balbinotti - o anúncio foi oferecido a vários jornais do Paraná, mas apenas um aceitou publicá-lo (este mesmo). Esse Trindade é ligado a essa pessoa e vive na Procuradoria da Câmara Federal fazendo queixas contra o deputado.
O MP acabou sim investigando e chegou à conclusão que não houve envolvimento de Balbinotti com o esquema Paolicchi-Gianoto. Paolicchi, como se sabe, foi guindado a secretário de Fazenda pelo ex-prefeito e atual deputado federal Ricardo Barros.