Palocci virou o McBeth de Ribeirão
De Thomas Traumann:
O ex-ministro Antonio Palocci passou os últimos dias tentando se passar por Henrique II, o rei da Inglaterra do final do século XIII que conseguiu do papa a nomeação de um ex-auxiliar como bispo de Canterbury. Esperava assim dominar todas as ações da Igreja. Só que uma vez no cargo, o amigo, Thomas à Becket, passou a agir com independência. Furioso, o rei desabafou numa roda de nobres: “estou cercado de covardes. Quem vai me livrar desse padreco?!”. Um mês depois, Becket foi decapitado e Henrique II entrou para a história como o responsável pelo crime, embora pudesse jurar nunca ter ordenado o assassinato.
Palocci se segurava na promessa de que ele também nunca ordenara a quebra do sigilo do caseiro Francenildo, mas sim assessores seus, leais a sua angústia. Era culpado, no máximo, de ter amigos que ultrapassam os limites da lei.
Bonito, mas mentiroso. Palocci se comportou muito mais como o McBeth de Shakespeare, um homem simples que, seduzido pelos presságios das três bruxas e da ambição desmedida da sua mulher, acaba levando a Esc´[ocia à guerra civil. Na peça, McBeth justifica a carnificina pela disputa pela coroa. No caso de Palocci, pela sua manutenção no poder. Atenção: o poder dele Palocci, não o do presidente Lula. Como ministro sereno de um governo à beira de um ataque de nervos, Palocci se acostumou a ser interlocutor de grandes empresários, banqueiros e líderes de oposição. Era o “pau do circo” na avaliação do deputado Delfim Netto, a garantia de que Lula não faria desatinos da área econômica, o “encantador de serpentes” na voz de George Soros, enfim, era um político desconhecido que se tonara poderoso, muito poderoso. E Palocci gostava do poder. Palocci não caiu porque assessores seus quebraram o sigilo do bancário do caseiro. Nem porque amigos seus de Ribeirão Preto usaram as suas relações para tentar fazer negócios. Caiu porque tinha sede de poder.
Palocci se segurava na promessa de que ele também nunca ordenara a quebra do sigilo do caseiro Francenildo, mas sim assessores seus, leais a sua angústia. Era culpado, no máximo, de ter amigos que ultrapassam os limites da lei.
Bonito, mas mentiroso. Palocci se comportou muito mais como o McBeth de Shakespeare, um homem simples que, seduzido pelos presságios das três bruxas e da ambição desmedida da sua mulher, acaba levando a Esc´[ocia à guerra civil. Na peça, McBeth justifica a carnificina pela disputa pela coroa. No caso de Palocci, pela sua manutenção no poder. Atenção: o poder dele Palocci, não o do presidente Lula. Como ministro sereno de um governo à beira de um ataque de nervos, Palocci se acostumou a ser interlocutor de grandes empresários, banqueiros e líderes de oposição. Era o “pau do circo” na avaliação do deputado Delfim Netto, a garantia de que Lula não faria desatinos da área econômica, o “encantador de serpentes” na voz de George Soros, enfim, era um político desconhecido que se tonara poderoso, muito poderoso. E Palocci gostava do poder. Palocci não caiu porque assessores seus quebraram o sigilo do bancário do caseiro. Nem porque amigos seus de Ribeirão Preto usaram as suas relações para tentar fazer negócios. Caiu porque tinha sede de poder.
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