13.2.06

A fissura, de novo

De Marcos Vinícius Gomes, no Jornal do Estado de hoje:

Entenda-se como uma nova versão da fissura da barragem de Salto do Caxias – aquela que foi (um perigo) sem nunca ter sido – o alerta enviado aos empresários destas plagas, via colunismo afagável, para uma hipotética vitória de Alvaro Dias (PSDB) em uma hipotética disputa ao governo do Estado.
De repente, não mais de que de repente, o tucano transformou-se para a burguesia nativa o que Lula foi para o presidente da Fiesp, Mário Amato, nas eleições de 1989: um espantalho político capaz de pôr a correr 800 mil empresários do país. Ora, ora.
O temor que se apossou dos governistas e da pena beneplácita têm um motivo: alguém lembrou, de passagem, em meio à farra pinoquiana dos 83% de aprovação, que Alvaro Dias bateu Requião no primeiro turno das eleições por uma diferença de cinco pontos percentuais – 31,4% a 26,1%.
Foi o suficiente para acender a luz vermelha e, imediatamente, acionar os perdigueiros de plantão.
Registre-se: Alvaro Dias nem sequer se apresentou como candidato ao governo. Mais: já garantiu que não postulará a vaga se o irmão-senador, Osmar Dias (PDT), oficializar a sua condição de concorrente.
Nem isso, no entanto, parece tranqüilizar os requianistas. O que, no mais, serve para evidenciar que, tal qual uma equação matemática, Alvaro Dias está para Requião assim como José Serra está para Lula. Em ambos os cenários, um tucano é o “x” da questão.
No caso do governador do Paraná, há uma perspectiva incômoda, repetida ao pote nesse espaço. Ao contrário do pleito anterior, Requião não poderá surfar mais na “onda Lula” que, lá em 2002, esteve mais para um tsunami.
Posto diante dos números, o governador pôde recordar-se que, mesmo com o lulismo em flor, Alvaro Dias, então no PDT e preso a uma coligação com Ciro Gomes, arrematou, na primeira etapa da peleja eleitoral, 1,6 milhão de votos contra 1,3 milhão de Requião.
Agora imagine esse mesmo cenário sem o vagalhão petista. É coisa mesmo para jogar água no chope festeiro. Não por acaso, tratou-se imediatamente de socorrer-se da “astrologia de aluguel” para pintar previsões catastróficas a um eventual governo alvarista.
O risível em tudo isso é constatar que a mesma trombeta que ora toca a nota de alerta foi, há pouco tempo, alegre instrumento de sopro para uma vitória que não veio. Ah, a fissura.

1 pitacos:

Anônimo,  07:53  

Álavaro Dias manteve a mesma base da eleição passada.
Mudou somente o esmalte, o condicionador de cabelos, o baton e o shampoo.

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