Saúde em SP também vem sendo sucateada
Percebam, como mostra esta outra matéria do jornal Agora, que a situação da saúde em São Paulo vem piorando para que seja entregue à iniciativa privada. Só não parece com a situação de Maringá por que aqui a demora para consulta especializada é no mínimo duas vezes maior.
Usuários do Centro de Referência São Carlos, em Guaianazes (zona leste de São Paulo), reclamam da falta de médicos e da demora no atendimento. Segundo esses moradores, dos 24 médicos que trabalhavam no centro em 2004, restam só 13 que atendem a sete especialidades.
O centro recebe, em média, 4.000 pacientes por mês. A maior demanda é para a dermatologia. A Secretaria Municipal da Saúde diz não ter o número de pacientes na fila de espera dessa especialidade. Mas, segundo os usuários, com apenas um médico especialista, o tempo entre a marcação de consulta e o atendimento passa de três meses.
A clínica geral, também muito procurada, tinha em dezembro do ano passado dois médicos, quando um deles pediu demissão. Atualmente o atendimento é feito apenas no período da manhã -até as 11h. A aposentada Eucília Araújo Dourado, 60 anos, conta que fez exames há cinco meses e ainda não conseguiu retornar ao clínico geral. "Quando eu conseguir passar pelo médico os exames nem vão mais valer", diz.
A Secretaria Municipal da Saúde assume que há grande dificuldade de contratação de médicos para a zona leste, o que agrava o atendimento na região. Nem mesmo a gratificação torna Guaianazes mais atraente para os profissionais. O Agora apurou que a gratificação oferecida para os médicos do centro de referência é de R$ 800, a máxima.
Demora - A aposentada Adélia Cypriano da Silva, 70 anos, conseguiu agendar, na última quinta-feira, uma consulta para a irmã. A data marcada foi 3 de março, 43 dias depois. "A gente nunca sabe quanto tempo pode demorar. Às vezes marcam até para a mesma semana. Desta vez não dei sorte", lamentou.
As longas filas também são motivo de reclamação. Um dos procedimentos do centro -marcar todas as consultas do dia para o mesmo horário- gera revolta. A balconista Ana Paula Raimundo Ogeda, 27 anos, grávida de sete meses, teve sua consulta marcada para as 9h30. Às 11h30 ainda não havia previsão de atendimento. A Secretaria diz desconhecer o procedimento de marcação de todas as consultas para o mesmo horário, mas a aposentada Eucília Araújo Dourado, que utiliza o serviço com freqüência, diz que trata-se de uma rotina. Às 11h30 ela ainda aguardava o exame agendado para as 9h. (Carla Monique Bigatto)
0 pitacos:
Postar um comentário
Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.