10.1.06

PF investiga suposto caixa 2 de Furnas

(A matéria a seguir está na edição de hoje da Folha de S. Paulo. Fala sobre papéis, atribuídos a ex-funcionário, denunciando que 156 candidatos se beneficiaram; entre eles, um deputado da região)

A direção-geral da Polícia Federal confirmou ontem que investiga a origem e o conteúdo de papéis entregues ao órgão no final do ano passado sobre a suposta existência de um caixa dois comandado por funcionários da estatal de energia Furnas Centrais Elétricas e que teria arrecadado cerca de R$ 40 milhões na campanha de 2002.
Furnas tem sob seu controle dez usinas hidrelétricas e atua no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Paraná e Rondônia, onde estão 51% dos domicílios do país.
Segundo os papéis -cinco páginas que são cópias de uma cópia autenticada-, 156 candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual de diversos Estados e partidos receberam recursos, nas eleições de 2002, por meio desse suposto esquema de caixa dois.
O dinheiro teria sido conseguido “por intermédio de Furnas, entre colaboradores, fornecedores, prestadores de serviços, construtoras, bancos, fundos de pensão, corretoras de valores e seguradoras”, segundo diz o cabeçalho desses papéis.
A declaração, datada de 30 de novembro de 2002, traz uma assinatura supostamente reconhecida em 2005 em um cartório do Rio de Janeiro e atribuída a Dimas Fabiano Toledo, que foi diretor de engenharia de Furnas durante 12 anos e trabalhou na empresa por mais de três décadas.
Ele pediu afastamento do cargo em 2005, logo após o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) ter denunciado, em entrevista à Folha, a existência de supostos esquemas de desvio de recursos públicos em Furnas.

Lobista - A Polícia Federal está agora à procura do suposto documento original que deu base às cópias. No mesmo inquérito que investiga a estatal, a polícia já tomou o depoimento do lobista Nilton Monteiro, que teria informações sobre os papéis.
Monteiro é o mesmo lobista que revelou documentos -depois reconhecidos como autênticos pela Polícia Federal- sobre a existência de um caixa dois na campanha eleitoral de 1998 do então candidato à reeleição ao governo de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB).
Os papéis identificam nominalmente cem doadores, incluindo algumas empresas públicas. Na última página há uma explicação sobre a suposta forma pela qual os recursos foram distribuídos que sugere a existência de outros documentos que formariam um mesmo dossiê.
“Todos estes valores foram repassados aos coordenadores de campanhas dos candidatos, sendo estes os responsáveis pelas distribuições dos recursos acima mencionados, conforme planilhas apresentadas e com os respectivos acordos de recebimentos”, diz o documento. (RUBENS VALENTE)

OUTRO LADO
Documento não é autêntico, afirma ex-diretor de Furnas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-diretor de Furnas Dimas Toledo enviou ontem uma nota à Folha na qual nega a autenticidade do documento e afirma que tomou conhecimento da sua existência por meio de jornalistas.
“A lista a que meus advogados tiveram acesso, exibida há dois meses por jornalistas de revista de circulação nacional, é cópia reprográfica de suposta cópia autenticada de original jamais exibido. (...) Significativo que nesses dois meses o original da referida lista jamais tenha aparecido. E não apareceu por uma razão singela: submetido o original à perícia ficaria de uma vez por todas demonstrada a falsidade. Posso manifestar essa certeza por dois motivos categóricos: jamais elaborei ou subscrevi relação dessa natureza; e os fatos que a lista pretende demonstrar são mentirosos, afinal, jamais funcionei como arrecadador ou caixa de campanha para quem quer que seja”, informou Toledo.
“Curioso também que a fonte da referida lista jamais tenha sido identificada, embora muitos concentrem as suspeitas numa mesma direção. Se a informação viesse a público, os leitores desse prestigiado periódico poderiam, por certo, formar opinião a respeito de sua credibilidade e dos interesses que atende nesse momento conflagrado da política nacional”, afirmou o ex-diretor de Furnas.
“O assunto já está aos cuidados da Polícia Federal. Espero que as investigações cheguem à identificação do autor da fraude para que possa responsabilizá-lo civil e criminalmente”, afirmou Toledo.

1 pitacos:

Anônimo,  16:27  

Vejam o seguinte blog:
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

Cerco a Azeredo
A Polícia Federal decidiu tomar o depoimento de Cláudio Mourão, o ex-tesoureiro das arcas eleitorais do grão-tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 98. Dois delegados serão despachados para Belo Horizonte para ouvir Mourão, uma espécie de precursor de Delúbio Soares na montagem do conduto que liga Marcos Valério aos porões de tesourarias partidárias.

Escrito por Josias de Souza às 13h06

[Marcelo rezende][Campinas/são Paulo/Brasil]
Companheirada; Acessem o sitio; www.pontoflash.com.br/furn@s/ e vejam as listagens completas do Dimasduto em detalhes.Leiam e reproduzam com rapidez.

10/01/2006 16:04

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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.

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