21.1.06

Osmar Serraglio diz que CPI não acabará em pizza

A entrevista das páginas amarelas da Veja desta semana é com o umuaramense Osmar Serraglio (PMDB). Alexandre Oltramari ouviu do relator da CPI dos Correios que os responsáveis por corrupção serão indiciados e que o presidente da República foi negligente.

Seguem o texto de abertura da entrevista e duas perguntas:

O deputado Osmar Serraglio, do PMDB do Paraná, não foi escolhido por acaso para relatar a CPI dos Correios. Até junho do ano passado, quando as investigações começaram, Serraglio era o perfil ideal para conduzir um trabalho que, aparentemente, tinha o objetivo de não apurar nada. Além de ser muito próximo ao ex-ministro José Dirceu, o deputado era do PMDB, partido aliado do governo, e ainda foi indicado pelo correligionário José Borba, então homem de confiança do Palácio do Planalto. As investigações conduzidas por Serraglio, no entanto, já levaram à cassação do mandato do deputado José Dirceu e à renúncia do deputado José Borba, o seu padrinho. Aos 57 anos, casado e pai de uma filha, Serraglio promete mais. Ele diz que o presidente Lula tem uma enorme parcela de culpa pelo esquema de corrupção desvendado e que vai citá-lo no relatório final. Também afirma que o publicitário Duda Mendonça era peça central no esquema de corrupção petista e que a CPI o convocará para depor. O deputado descarta qualquer possibilidade de as investigações terminarem em um grande acordo para não punir ninguém, conforme desejam várias lideranças do Congresso, inclusive algumas de seu próprio partido.

Veja – Há uma desconfiança geral de que a CPI pode terminar num grande acordo para não punir ninguém. Essa possibilidade existe?
Serraglio – Eu acho impossível ocorrer um fiasco. Se a CPI terminasse hoje, ainda assim não poderia ser considerada um fracasso. Você acha que José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil) teria caído se não houvesse uma CPI com credibilidade? Gushiken (ex-ministro da Secretaria de Comunicação), todos os diretores de estatais, todos os contratos que foram rescindidos... Há uma revolução administrativa no governo. Por isso tudo a CPI já valeu.

Veja – Depois dessa CPI, dessa crise de corrupção, alguma coisa vai mudar na política do Brasil? Ou caixa dois e compra de parlamentares continuarão existindo?
Serraglio – É triste, mas, em tese, tudo isso pode voltar a acontecer. Mas acho que não será mais nesse nível. Hoje, há muitos olhos vigiando o que os políticos fazem. Quem não perceber isso se dará mal.

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