6.1.06

Empresa de Balbinotti prevê lucrar com transgênicos

Está no Diário Comércio e Indústria (SP), matéria de José Guerra, de hoje (o interessante é que Balbinotti, dono da empresa, é do PMDB e amigo de Requião, que é radicalmente contra a transgenia na soja):

A Sementes Adriana, maior empresa nacional do setor, está investindo em variedades trangênicas para recuperar as perdas apuradas em 2005, que chegaram a até 15% de sua receita. Segundo o presidente da empresa Odílio Balbinotti Filho, neste ano a empresa irá destinar 30% de sua área total de 29 mil hectares para sementes geneticamente modificadas, contra atuais 20%. Na produção, as transgênicas passarão a representar cerca de 20%, contra os atuais 10% de um total de aproximadamente 1,8 milhão de sacas. “A Adriana prepara para 2007 o lançamento de sementes transgênica com resistência aos nematóides do cisto e da galha, que são pragas do grão, além de uma variedade resistente à ferrugem asiática, em 2008”, afirma Balbinotti Filho. Segundo ele, os transgênicos não contribuem significativamente para rentabilidade da empresa, mas é preciso acompanhar esse mercado para atender à demanda proveniente do produtor.
A Adriana utiliza as sementes desenvolvidas pelas empresas obtentoras de soja Fundação Mato Grosso e Tropical Melhoramento Genético , para quem a sementeira paga royalties. Os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na Sementes Adriana são de R$ 5 milhões anuais.
A empresa iniciou suas atividades em 1980, na Serra da Petrovina (MT), e foi a pioneira na produção de sementes da região, considerada a mais propícia do estado para o cultivo de sementes de soja devido ao seu clima e altitude.
A empresa detém mais de 17% de toda semente plantada no estado do Mato Grosso e é considerada a maior produtora individual de sementes de soja do Brasil.
A Sementes Adriana rastreia toda sua produção. O processo de rastreabilidade da empresa é uma rotina administrativa que registra detalhadamente todos os passos da produção com um sistema de informática, desde o início do plantio, na definição dos campos, até o armazenamento das sacas de sementes beneficiadas que irão para os clientes. “Nós dizemos que isso dispensa o agricultor de fazer quaisquer testes em suas sementes. Nós garantimos o vigor e a germinação de cada saca de sementes entregue a ele”, afirma Balbinotti Filho.
Investimentos
Em relação ao curto prazo, o investimento da empresa é o projeto Índice de Plantio Atulizado (IPA), colocado em prática nessa safra. Apesar de não revelar valores investidos, Balbinotti Filho diz que o índice é feito com base em testes realizados com os lotes de sementes no laboratório da empresa para determinar a quantidade necessária de sementes por estande. “É uma forma de fidelizar o cliente, uma vez que verificamos um ganho de 10% em produtividade. Com o IPA, o agricultor pode regular a plantadeira e ter mais precisão na população de plantas”, diz ele.
Além do novo programa implantado, outra medida encontrada pela sementeira foi a redução de custos. “Há dois anos, o mercado já mostrava sinais de crise. Para nos manter em atividade, fizemos o ‘dever de casa’, e revimos todos os processos industriais da empresa para diminuir custos sem que houvesse perda na produção,” , avalia o presidente da Adriana. Segundo o empresário, entre outros fatores responsáveis pela queda de até 15% no faturamento da empresa em 2005, em relação a 2004, estão a tendência de baixa dos preços internacionais, a valorização do real frenta ao dólar, aumento no preço dos insumos e do frete. “Precisamos manter muitas de nossas exportações para não perder contratos. Nossa receita em real foi menor que o previsto”, afirma Balbinotti Filho.

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