"Deduzo que há aqui uma história muito mal contada"
O português Victor Camoezas, de Figueiró dos Vinhos, escreveu na edição de hoje do jornal O Primeiro de Janeiro, da cidade do Porto, um artigo intitulado "Desprezo pelos desempregados". Trata-se da primeira crítica aberta ao acordo entre a prefeitura de Vila de Rei e o Provopar de Maringá, que prevê a exportação de dezenas de famílias para trabalhar em Portugal.
Esta é a íntegra da carta:
Segundo a comunicação social tem noticiado, a Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Irene Barata, deslocou-se ao Brasil para recrutar trabalhadores para imigrarem para aquele concelho do interior do País com a necessidade urgente de mão-de-obra para trabalhar nos lares de apoio à terceira idade que já existem, e outros para a construção, no seguimento do protocolo celebrado com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, cujas receitas do euromilhões permite mais apoio à velhice e às crianças.
Não sabemos até que ponto Irene Barata encontra mais valia na mão-de-obra dos cidadãos brasileiros, quando o nosso País se debate seriamente com o gravíssimo problema de quase meio milhão de desempregados de que o Estado suporta este ano e apenas em metade dos beneficiários quase dois mil milhões de euros, mais concretamente 1.886,3 milhões de euros e mais ainda, as obras que estão programadas para Vila de Rei e o funcionamento dos lares, são as despesas totalmente suportadas pelo contributo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, dos lucros saídos do bolso dos portugueses naquele mencionado jogo semanal e que vai dar trabalho a pelo menos trezentos trabalhadores.
Segundo o censo de 2001, Vila de Rei tem uma população de 3.354 habitantes, na sua maioria envelhecida, sendo a Câmara Municipal a maior empregadora do concelho para além de outras indústrias de relativa expressão em trabalhadores, por isso praticamente nula em desemprego o que não acontece nos concelhos limítrofes.
Como estamos a lidar com dinheiros públicos e por dever próprio, a Câmara de Vila de Rei devia recorrer ao Instituto de Emprego e Formação Profissional no global, que por sua vez daria instruções aos Centros de Emprego do distrito de Castelo Branco a que pertence Vila de Rei ou dos concelhos vizinhos Sertã, Figueiró dos Vinhos, Tomar, Torres Novas e Abrantes.
Mais ainda, o Ministério do Trabalho e Solidariedade tem como prioridades a vertente do Mercado de Trabalho, Emprego e Formação em apostar na qualificação do emprego, aumentar a participação no mercado do trabalho, melhorar a adaptabilidade dos trabalhadores e das empresas, promover o desenvolvimento do capital humano e promover o emprego como pilar nuclear da coesão social e territorial.
A própria Comunidade Européia tem preocupação com o aumento do desemprego nos Estados Membros, subsidiando e no caso do nosso País programas operacionais de emprego, formação e desenvolvimento social que o orçamento do Estado já contempla.
Importar mão-de-obra de um País da América Latina é inoportuno, porque bem basta a emigração clandestina na maioria para trabalhos obscuros e que tanta despesa e trabalho dá às autoridades – SEF - PJ – PSP E GNR.
Mas segundo informa a página oficial do Município de Vila de Rei, já se deu inicio ao processo de geminação deste concelho com a Prefeitura de Maringá (Brasil) na perspectiva de fixação de pessoas no concelho, através da vinda de famílias oriundas daquela prefeitura, tendo Irene Barata já encetado contactos com o SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Muitos concelhos do nosso País têm geminação com localidades de diversos Países e isso não implica a deslocalização de pessoas.
Todavia na concretização deste “sonho” da autarca de Vila de Rei é caso para perguntar e onde tem a Câmara Municipal habitações para estas pessoas?
Deduzo que há aqui uma história muito mal contada.
1 pitacos:
Como faço para me inscrever?Quero ir para Vila de Rei.Não vejo nada de anormal que este sr fala,afinal creio que é preconceito.Nos os recebemos aqui de braços abertos pq não o contrário?
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.