Que greve é essa?

Texto enviado pela UEM nos Une:
Há duas semanas sofremos os transtornos da greve. Os blocos, a biblioteca, o RU e a DAA estão fechados. Banheiros sem manutenção e limpeza, além de muitas vezes estarem trancados. A segurança no campus que já era deficitária está cada dia pior por conta da paralisação dos servidores. É claro que essa greve tem prejudicado as aulas e comprometido o nosso calendário acadêmico. Mas quem é realmente culpado por todos esses problemas que estamos enfrentando?

Durante dois anos consecutivos, tivemos cortes na verba de custeio da nossa Universidade. Os blocos que antes eram construídos em 8 meses estão em sua maioria parados por falta de recursos. Os estudantes necessitam de mais apoio para sua formação, muitos dos cursos recém-criados encontram-se sem condições de funcionamento por falta de laboratórios, materiais e professores.
A falta de reposição de professores é um dos casos mais preocupantes no momento e já vem refletindo na qualidade de ensino. Muitos professores se aposentaram, e outros tantos estão em processo de aposentadoria. No entanto, não há a contratação de professores efetivos para substituir a demanda, havendo apenas uma contratação não expressiva de professores temporários.
Sem a contratação de agentes universitários, acadêmicos são utilizados como mão de obra para preencher este quadro. Em troca, estes acadêmicos são agraciados com uma bolsa, no valor de míseros R$ 360,00. Que normalmente, não conseguem sequer quitar as despesas com moradia, pois a especulação imobiliária eleva os aluguéis ano após ano.
Porém, não apenas os estudantes enfrentam problemas. Professores e servidores também enfrentaram retrocessos com os sucessivos cortes de verbas. Para enfraquecer o movimento, nosso governador negociou separadamente com cada categoria. Foi assim na Ocupação da Reitoria. Foi assim na Greve dos Docentes, e está sendo assim na Greve dos Servidores.
A precarização, o sucateamento, e a conseqüente privatização do Ensino Superior Público – que também deveria ser gratuito e de qualidade – são políticas utilizadas contra a educação de nosso estado. Este quadro se repete em todas as Estaduais! É questão de tempo até que as universidades não sejam mais de responsabilidade do estado! O modelo de Universidades que é ofertado, não nos serve! Por isso, chamamos a todos para lutar e defender uma educação pública, gratuita, e de qualidade!
A UEM não está à venda, Beto Richa!