Doações e transplantes de órgãos

O Brasil ocupa o segundo lugar em número absoluto de transplantes e tem o maior programa público de transplantes no mundo, mas observamos um aumento progressivo nas listas de espera para transplante sem um aumento na captação de órgãos. Temos no Brasil cerca de 65.000 pessoas aguardando por um órgão ou tecido e medula óssea; infelizmente, observamos a estagnação da captação dos mesmos. Doar órgãos é acima de tudo um ato de amor à vida. O Brasil ocupa lugar de destaque em transplantes de órgãos no mundo, e ainda tem cerca de 65.000 pessoas aguardando na fila, imaginem em outros países?
A conscientização para doar órgãos deveria começar nas escolas, criar esse hábito é sem dúvida nenhuma acabar com essa fila em pouco tempo, pois um povo consciente sente na pele a dor de seu semelhante. Programa público pode ajudar sim, porém a solução definitiva viria educando nas escolas.
Cremar, sepultar órgãos saudáveis todos os dias é tirar a possibilidade de vida de muitos jovens, pais de famílias, não é justo jogar fora o que se aproveita. Temos em hospitais de queimados uma grande necessidade de peles e todos os dias quantos metros quadrados de peles são descartadas? Talvez o governo pudesse criar um artifício incentivando a doação de órgãos, pois só assim resolveria essa demanda.
Bancos de órgãos deveriam ser criados como os bancos de sangue, e esses serem regionalizados. Tem órgãos que o doador pode doar estando vivo, é o caso, por exemplo: da pele, rim, fígado. Vejam os doentes renais, dentre todas as patologias com certeza absolutas essa é a pior. O doente fica várias horas sua vida presa a máquina de hemodiálise, somente quem conhece tal situação pode saber como é. Caso o caro leitor puder ser um doador, procure um hospital público mais perto de sua residência e faça esse gesto de amor, doar não dói, e sim enaltece quem doa.

Vicente Lugoboni é jornalista lugoboni@gmail.com