Laudo não conclui sobre o que matou 21 macacos

Alguns veículos de comunicação - entre eles a TV Cultura e O Diário - confiaram na nota oficial da prefeitura, passada ontem à tarde, e informaram incorretamente que o laudo da Secretaria de Estado da Saúde teria apontado o herpes vírus como causa da morte de 21 macacos do Parque do Ingá. O laudo, assinado pelo superintendente de Vigilância em Saúde José Lúcio dos Santos e por Ângela Maron de Mello, do Centro de Informação e Respostas Estratégicas de Vigilância em Saúde do Paraná, em nenhum momento afirma que o herpe vírus foi o responsável pelas mortes; pelo contrário, diz que o vírus não justifica os óbitos. A causa das mortes, portanto, ainda é mistério.
O ofício CIEVS/DECA/SVS No. 60/09, de 22 de junho, foi enviado ao secretário Antonio Carlos Nardi informando que devido ao "não registro de novos óbito de primatas não humanos no Parque do Ingá nos últimos 25 dias" a Vigilância concluía pela reabertura do local. Nos quatro considerandos, não há referência à causa das mortes.

Os considerandos são: "que o período superior a 90 dias em que o citado parque permaneceu fechado (vazio sanitário) possibilitou a investigação dos possíveis fatores de riscos para a ocorrência do evento, assim como a ausência de novos registros de casos; que os exames realizados no Instituto Adolpho Lutz foram negativos para febre amarela; que os exames laboratoriais realizados no Instituto de Biologia Molecular do Paraná para pesquisa de 19 arborius, Hantavirus, Cardiovirus, Dengue, Nipahvirus, Alphavirus, Bunyavirus, Virus simius e Coriomeningite linfocitária, o único agente eitológico detectatdo foi o Herpes vírus" e, em seguida: "Embora o tal vírus embora [sic] não justifique o óbito, se trata de um agente em verdade comum no humano que foi transmitido para o primata não humano".
Supõe-se que a administração interpretou o herpe vírus como causa mortis de forma voluntária, para que não se chegasse à marca dos 100 dias de interdição do Parque do Ingá, o que poderia prejudicar, de certa forma, a imagem do local e/ou do município.