20.7.09

A fome

Em seu artigo de ontem na Folha de S. Paulo, a escritora Danuza Leão - ex-mulher de Samuel Wainer, da Última Hora, irmã de Nara e que esta semana completa 76 anos bem vividos - escreveu que está mais do que na hora de lei limitar a dois o número de filhos, e quem ultrapassar não ter mais Bolsa Família. Na íntegra.

12 pitacos:

Anônimo,  12:11  

xô pobreza.
Daqui uns dias publica um artigo defendendo a eugenia também. Como as pessoas são preconceituosas. Dinheiro demais embota o raciocínio.

carlos rico,  12:35  

Como distorcer o âmago da questão?Muda o título do post.Danuza disse que "pobre só sabe procriar".Que coisa horrível.E a "Folha" ainda critica o presidente do Irã,Mahmoud Ahmadinejad,por negar o holocausto.A "Folha" faz questão de negar o resto do Brasil,pra ele mesmo.

Para o jornal o Brasil só existe no Leblon e nos Jardins.

carlos rico,  12:51  

"...76 anos bem vividos..."

ANTES

http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/moda4/images/cp13122002.jpg

DEPOIS

http://4.bp.blogspot.com/_R4UpZ4mZduU/SeVgUWtjFvI/AAAAAAAAB2o/zBSlUJwmCI8/s400/danuza.jpg

Na Wikipedia o artigo referente a Samuel Wainer diz que o jornailsta foi muito bem de vida nos anos de 1950 a 1960,mas,com a perseguição política durante a ditadura,nos anos seguintes sustentava-se trabalhando para a Folha.E não é que a mesma coisa acontece com a Danuza.É uma espécie de mulher-bomba do parajornalismo.


Eu só acreditoooo....vendoooo.

carlos rico,  12:54  

E mais que ignorância da senhora aí hein...A expectativa de vida só cresce e o crescimento só diminui nos últimos 20 anos.Puro PARAJORNALISMO.

Melhor PRECONCEITO,ÓDIO SOCIAL.

Palavras de Danuza Leão:POBRE SÓ SABE PROCRIAR.

Anônimo,  16:22  

Vocês acham justo uma família fazer um filho a cada nove meses mesmo sem ter renda para sustentar estes filhos e nós, classe média, pagarmos para eles continuarem a ter filhos?
Quem recebe o bolsa família deve colocar um implante que impeça de ter filhos sim, até se estabilizar financeiramente e parar de depender do governo, para aí sim, ter seus filhos com responsabilidade, porque do jeito que está, estão fazendo filhos como uma forma de poupança.

Anônimo,  18:36  

DESSA VEZ CONCORDO COM A MADAME DANUZA LEÃO.
E SOU DO PROLETARIADO.
OS QUE TEM MENOS INFORMAÇÃO PÕE FILHO NO MUNDO PARA SATISFAÇÃO DO SEU EGOÍSMO PESSOAL, NA CONTRAMÃO DAS POSSIBILIDADES FINANCEIRAS E QUEM ACABA PAGANDO PELA CRIAÇÃO DESSES FILHOS DO DESPREPARO É A SOCIEDADE COMO UM TODO.
VEJA QUE A IDÉIA ATINGIRIA OS PRÓXIMOS, OS FUTUROS FILHOS, NÃO OS QUE JÁ FORAM CONCEBIDOS.
NÃO SE PODE FECHAR OS OLHOS PARA A FACILIDADE NA INDUÇÃO DAS MENTES MENOS INFORMADAS, SEJA POR NOVELA, PELA EXIGÊNCIA SOCIAL, SEJA PELO QUE FOR. E CONVENHAMOS QUE DOIS FILHOS SÃO SUFICIENTES PARA QUEM PENSA QUE “DEUS FEZ, DEUS AJUDA A CRIAR”.
EU NÃO ME CHAMO DEUS, VOCÊ SE CHAMA?

Anônimo,  18:38  

Dr Drauzio Parte I
Entre os menos favorecidos a taxa de natalidade não está despencando como diz a média. A Danuza pode ter errado no enfoque, mas o problema é real.
O ponto que ele aborda é porque não dar aos mais pobres o mesmo acesso aos contraceptivos que os mais ricos tem. Na prática não tem, como ele demonstra.
Pelas respostas acima, parece que quem critica o preconceito da autora também nutre um grande preconceito contra ela.
Controle da fertilidade
Um dos problemas mais graves do país talvez seja o da natalidade entre a população pobre. Numa época em que dispomos de métodos eficazes de contracepção, o número de gestações indesejadas nas classes mais desfavorecidas é tão exagerado que cabe perguntar por que razão os responsáveis pela elaboração de políticas públicas fogem desse assunto como o diabo da cruz.
Além do descaso, só encontro duas explicações para a omissão: ingenuidade ou falta de coragem para contrariar a igreja.
A ingenuidade está na interpretação apressada das estatísticas que mostram queda das taxas médias de natalidade: 2,4 filhos por mulher no censo de 2000, contra 6,2 em 1960.
A distorção ao analisar taxas médias, entretanto, está em não perceber o que acontece com determinadas sub-populações. Por exemplo, o censo de 2000, mostrou que mulheres com formação universitária têm em média 1,4 filhos (como nos países desenvolvidos), enquanto as analfabetas têm 5,6 (a mesma taxa da Namíbia). Mulheres que vivem em domicílios com renda per capita acima de cinco salários mínimos têm em média 1,1 filho, enquanto nas casas em que a renda é de até um quarto do salário-mínimo esse número aumenta para 4,6.
continua

Anônimo,  18:38  

Dr Drauzio Varela Parte II
Em 2002, proporção de bebês nascidos de mães menores de 20 anos, pobres em sua imensa maioria, foi de 20,75%. No Acre, esse número chega a 27%; no Pará, 26,3% e no Mato Grosso, 25,5%. Cada criança assim nascida tira a mãe da escola e empobrece a família dos avós, porque os homens de hoje dificilmente assumem paternidades não desejadas. Quem já pôs os pés numa cadeia, sabe o quanto é difícil encontrar um preso que tenha sido criado em companhia de um pai trabalhador: a maioria esmagadora é de filhos de pais desconhecidos, ausentes, mortos em tiroteios ou presidiários como eles. Esses bebês indesejados pelos pais vêm ao mundo como conseqüência da ignorância e da dificuldade de acesso aos métodos de contracepção. Embora no papel o programa brasileiro de planejamento familiar seja considerado dos mais avançados, na prática chega capenga à população de baixa renda. As pílulas distribuídas nos postos de saúde são as mais baratas do mercado (e que mais efeitos colaterais provocam); os anticoncepcionais em adesivos a serem trocados apenas uma vez por semana, ideais para vencer a indisciplina das adolescentes como os estudos demonstram, não estão disponíveis; os dispositivos intra-uterinos (DIU) são virtualmente ausentes; e, camisinha à vontade, só no carnaval.
Conseguir vasectomia ou laqueadura de trompas pelo SUS, então, é o verdadeiro parto da montanha. Há que marcar consulta com os médicos, com a assistente social e com a psicóloga. São meses de peregrinação pelos corredores dos hospitais públicos que mães ou pais de cinco filhos são obrigados a fazer, para ouvir perguntas como: “E se você se separar de sua esposa e casar com outra mais jovem? E se seus filhos morrerem e você quiser outros?”.
Na cartilha que o Ministério da Saúde distribui às gestantes, está garantido acesso à laqueadura a toda mulher com mais de 25 anos que tenha dois ou mais filhos, gratuitamente, pelo SUS. Alguém sabe disso?
Que ideologia insana ou princípio religioso hipócrita justifica o fato de nossas filhas atravessarem a adolescência sem engravidar, enquanto as filhas dos mais pobres dão à luz aos quinze anos? Termos um ou dois filhos, no máximo, enquanto eles têm o dobro ou o triplo?
A falta de recursos para programas abrangentes de planejamento familiar é desculpa irresponsável! Sai muito mais caro abrir escolas, hospitais, postos de saúde, servir merenda, dar remédios e arranjar espaço físico para esse mundo de crianças. E, mais tarde, construir uma cadeia atrás da outra para enjaular os mal comportados.

Anônimo,  18:39  

Gente, a Danuza tem razão no conteúdo, apenas peca na forma como ataca o problema. Que deveria haver uma redução drástica no crescimento demográfico no planeta ninguém em sã consciência pode duvidar. Mas não é um problema do Lula, nem do Brasil, é da ONU e dos países líderes. Para criticar, mais uma vez, o Bolsa Família e as políticas sociais, a Danuza ataca um problema que tenho apregoado há anos, inclusive no blog aqui do Nassif, nas questões ambientais. Não há impostos suficientes para sustentar tantas políticas sociais. No Brasil a gente ainda vai se segurando, mas o planeta já dá vários sinais de que se esgota para nos prover de alimentos. Vejam que nos tempos bíblicos Deus teria dito a Moisés “crescei e multiplicai-vos”. Nos anos em que Cristo esteve por aqui tínhamos, segundo censos da época, 250 milhões de habitantes. Levamos 1.880 anos para atingir 1 bilhão de habitantes. Depois levamos 50 anos (1930) para chegar a 2 bilhões, menos de 20 anos (1950) para chegar a 3 bihões, e em 1990 chegamos aos 5 bilhões. Hoje temos 6,7 bilhões de bocas para alimentar, e teremos 9 dentro de 20 anos.
O problema é do pobre? Também é. Malthus tinha razão? Quemn poderá dizer, até o momento a ciência agronômica o tem desmentido. Agora temos os transgênicos, mas os ambientalistas são contra. Se o produtor rural tentar plantar mais é bombardeado pela mídia e pelos urbanos, porque “tem fome de lucros”. É um buraco sem saída.
A Danuza, da qual discordo do modo de vida leviano e fútil, do comportamento e das opiniões inconsequentes, pelo que representa como vitrine e porta-voz de uma elite deteriorada e burra, lamentavelmente, desta vez, tem toda a razão, apesar de opiniar como papagaio, pois esse assunto é velho. É tabu, requentado, mas verdadeiro. Ser contra isso é enveredar por uma discussão ideológica que nada tem de ideológica.
Entre outros problemas desta questão há, de um lado, que as pessoas acham que se vai proibir o sexo, de se fazer amor… De outro lado, há o inconsciente coletivo, que já ouviu falar dos prognósticos bíblicos, de que “no fim dos tempos não nascerão inocentes”.
Nassif, no seu comentário, me permita uma correção, há um engano seu em termos de premissa: “os índices de natalidade brasileiros caíram”. Sim, caíram, pelos dados não tão confiáveis do IBGE nessa área, mas ainda é verdadeiro que pelo menos 15% da população nordestina e nortista não é ainda registrada em cartórios.

Anônimo,  18:39  

o futuro dever ser, falei “deve ser” e não “vai ser”, da seguinte forma: Você, primeiro não pode escolher em ter um filho, é proibido ter um filho sem planejamento.
Então, gravidez indesejada esta PROIBIDA. Difícil vai ser controlar isso mais vai ser controlado.
Segundo, quer ter um filho? Faça um requerimento no órgão público responsável, e você só poderá ter um filho se for aprovado seus dados sociais e econômicos. Só terá direito a autorização de ter um filho quem preencher os requisitos básicos e mínimos e tudo devidamente autorizado pelo Estado.
Se você ter um filho usando os caminhos normais da ordem de autorização do Estado, ele vai ter todas as garantias de proteção do Estado (Esse é a grande mudança). E quem não cumprir esses requisitos e “pular a cerca” das autorização vão sofrer sanções, quais? não sei.
Nassif, é assim que vai ser em breve, ou já deveria ser. Ou digo que DEVE SER. Mais gente no mundo é questão ambiental, econômica e portanto governamente. Essa decisão de ter um filho tem a OBRIGAÇÃO MORAL de ser tirada das mãos da sociedade. Pois, cada pessoa colocada no mundo vai precisar viver em sociedade. Portanto, aí onde deve entrar o Estado.

Anônimo,  18:39  

Cabe uma postagem para discutir especificamente o controle de natalidade. Sem a poluição de temas, como a personalidade e opiniões de Danuza, ou da discussão da política do bolsa família.
Vou discordar de muitos aqui a respeito da validade dessa política para o Brasil, porque acho necessário hoje o controle populacional para a humanidade. Mais. É preciso políticas para reduzir população. O país não pode viver isolado dessa realidade. Será pressionado no futuro para receber grandes contingentes populacionais.
Pode parecer brutal, mas considero que o governo chinês escolheu a política mais humanitária, ao decidir diminuir a população. Limitar nascimentos é preferível à solução na outra ponta. Lançar populações a própria sorte, deixar que se confrontem com um cataclismo de superpovoamento, para que a fome, as pandemias, os conflitos de natureza diversa exerçam o papel de controle populacional. Talvez alguns “humanistas” achem razoável o cenário de extinção de populações, ao que uma crise de superpopulação certamente levará. Diminuição de população se faz pela queda da natalidade ou pelo aumento da mortalidade, façam suas escolhas.
A China optou não só pela urgência de controle, mas pela redução populacional. Parte substancial do país é inóspita, a densidade da população nos territórios habitáveis é das mais altas, e sendo assim, o país chegou a convicção de que precisa contrair a população, não vê como estender o progresso material a todos. Com mais de um bilhão de bocas para alimentar, não pode esperar soluções que darão resultados de longo prazo, e no sentido somente de estabilizar a população, seu objetivo é a contração. A política de um filho é a única forma efetiva de alcançar tal objetivo.
Outros países terão de seguir este mesmo caminho de reduzir população. Não há outra forma que não seja a intervenção da esfera pública, para que seja eficaz. Não existem soluções “laissez faire” para o problema. Não tivesse executado essa política desde os anos 70, a China teria hoje 200 milhões de pessoas a mais, um Brasil para alimentar. Elevação do nível educacional não remove ideologias ou fé religiosa. Há sempre quem considere que o estado não pode interferir em suas escolhas individuais, neste casos, o governo chinês não se obriga a solidariedade com quem faz a escolha individual, em detrimento da política pública. É o que acontece. Ninguém em tese é obrigado a abortar. O abandono ou infanticídio de meninas se dá por convenções culturais que levam a optar por meninos. O governo não interfere nesta opção.
Estamos diante do esgotamento de recursos finitos da natureza. Nossa segurança alimentar depende basicamente da agricultura mecanizada, ela é a responsável pela grande produção de alimentos. Não há máquinas agrícolas movidas por outra fonte de energia que não seja o petróleo. A mecanização da agricultura é fato recente da história, se deu pelo advento do motor a explosão, sua ampla difusão pelo mundo aconteceu na segunda metade do século XX. O declínio da produção petroleira trará retrocesso na oferta e circulação de produtos agrícolas. A estagnação do volume extraído de petróleo já é dado como ocorrido. Na próxima década e as seguintes o cenário será de queda. Não haverá aumento da “produtividade” da agricultura, mas o seu contrário. Perderemos suporte para manter seis e meio bilhões de pessoas sobre a Terra. O dilema malthusiano se tornou uma realidade.

Anônimo,  18:54  

parece que a capixaba foi contaminada pelas "idéias" do PAULISTÉRIO.

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