Episódio tem muito a nos ensinar

Não é apenas Severino Cavalcanti, como disse a deputada Cida, que tem muito a nos ensinar. A manutenção, pelo ministro Gilmar Mendes, da liminar que exonera os CCs que ocupam cargos na Procuradoria Geral do Município de Maringá, também nos ensina. Deve ter reflexo sobre a imprensa local - afinal de contas, o maior jornal da cidade, terceiro maior do estado, deu uma manchete fictícia, confiando apenas numa fonte, enquanto modestos blogs questionavam a veracidade da notícia usando de cautela e da tecnologia da internet. Sem contar a mídia amiga, que deu aquela guarida para a notícia furada. Essa imprensa deve se questionar, a partir de agora, depois que um despacho que não existiu virou o assunto do dia (a sentença foi liberada por volta das 18h30 de hoje). Vejam, por exemplo, o elogiável comportamento da TV Cultura (RPC/Globo): não repercutiu a matéria nesta terça-feira porque não tinha elementos comprobatórios em mãos.
Além desse aspecto, há que se considerar o desastre da decisão para a vida política do deputado federal Ricardo Barros (PP), o maior ego entre os políticos paranaenses. Sua conhecida arrogância perde com o episódio; espera-se que passem a duvidar das informações que ele costuma entregar de bandeja à mídia amiga, inclusive resultados de pesquisas de institutos suspeitos. Em relação ao pessoal miúdo que foi em sua lábia, fazer o quê? No mais, é só dar um crédito para o certo. Pode ser que o certo nem sempre vença ao final, mas, quando ele se sobrepõe sobre o errado, é uma maravilha.