Dezoito anos
De Verdelírio Barbosa:
Garay, O Grande!
Nesta terça-feira está fazendo 18 anos que o mundo da propaganda maringaense perdeu um de seu principais nomes. Foi no dia 26 de maio de 1991, que faleceu o publicitário José de Lima Garay, criatura das mais criativas, mas que se destacava não só pela sua capacidade profissional e sim pelo que representava, pelo que era. Garay revelou muitos profissionais, deixou para nós a Natália, competente jornalista que integra a equipe da TV Cultura de Maringá, mas na sua área ninguém o superou até os dias de hoje. José de Lima Garay não era só o grande Garay, mas também, Garay, o Grande. Os integrantes do meio publicitário e da comunicação continuam esperando da Câmara Municipal de Maringá uma pequena homenagem pelo muito que ele foi e continua sendo: pelo menos uma “ruazinha”.
Coluna completa.
4 pitacos:
Para quem conheceu e trabalhou com o Garay como o conheci e trabalhamos juntos, tanto na TV Cultura como na Casa da Propaganda. Nome de uma rua é pouco. Garay pela sua competência e honestidade merece mesmo é ser nome de uma avenida.
Não tem como não assinar embaixo as palavras do Verde. Garay foi o melhor profissional de publicidade - com o devido respeito aos demais, gente boa, tudo gente boa, claro - que vi passar em Maringá. Foi professor no Rio Grande do Sul e era capaz de esboçar uma campanha numa fração de tempo assustadora. Dominava todos tipos de midia, todos os recursos da propaganda em seu tempo. Tinha olho certeiro para composição visual, principalmente gráfica, coisa de maluco. E tinha um coração maior que o Willie Davids. Era um sujeito competente demais e bom demais. E que não podia beber e nem fumar, por causa dos problemas cardiacos que teve, embora fosse relativamente jovem. Os amigos - e principalmente a mulher - o avisavam. Mas o velho Garay, como um Mané Garrincha irônico e divertido, driblava a todos. Quando o inimigo mora dentro de nós mesmos, os de fora não conseguem fazer muita coisa. E o Garay, um dia, se foi. Bah, tche! Ele se foi. É raro a gente se deparar com um profissional de grande talento - já definido, formado, forjado- em Maringá, em qualquer área, principalmente na comunicação. Os caras sempre estão indo para longe, para se destacarem, para se aprimorarem: Rio, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre. Garay escolheu Maringá. Para fundar a GM Propaganda, que funcionou no Três Marias e depois na quase esquina da Neo Martins com a Basílio Katchupi (me recuso a tentar escrever a porra deste sobrenome). A cidade não o merecia. E, se fosse hoje, não o mereceria. É um pouco lamentável dizer isto, ele era grande demais para esta cidade de espírito pequeno que não faz o menor esforço para aspirar uma atmosfera cosmopolita. Onde estiver, velho Garay, um abraço.
PoiZé Garay. Vou falar o que de você? O anônimo ali em cima falou tudo. É com muita satisfação que brado, de cima dos telhados, que fui discípulo do mestre Garay. Quando o conheci, já na Módulo Propaganda, que na época tinha um mês de vida, foi por indicação de um amigo, Altoé, o Kal. (Que eu "acho" ser o anônimo ali em cima. Na ocasião eu "ensaiava" uns rabiscos de histórias em quadrinhos. Quando apresentei ao Garay, os rabiscos, jamais esquecerei sua fala:
"Ele sabe trabalhar bem o nankin".
Resumindo, um mês depois fui chamado pra trabalhar na agência. O Garay me deu 2 anos para aprender o ofício. Com o calibre de um mestre como o Garay, aos 6 meses havia tirado os pés do chão, ou seja, já fazia algumas coisas sozinho, sempre sob a supervisão do mestre. Acredito ter sido o primeiro estagiário em comunicação de Maringá.
Resumindo mais ainda, Verdelírio, o Garay, pra dizer pouco, merece não uma rua, uma avenida, mas um bairro.
Independente disso, o grande Garay será sempre Garay, o Grande.
Ele fumava e bebia sim porque ele não dirigia. Sua responsabilidade era assustadora em vários pontos de vista "pois cada um tem a sua". Quando uma campanha atrasava sempre pela manhã conversávamos muito, sempre tomando um café, sem café não dava; quando a campanha não ia vender por ideias ridículas de alguns clientes ele apenas mudava a midia. Em um certo dia fomos visitar uma construtora em Maringá, aflita em vender mais ou menos 20 unidades de apartamentos na praça Rocha Pombo, querendo gastar a dinheiro de hoje R$ 200 mil em mídia, nos planos do cliente estava em fazer tv,rádio, jornal teaser em outdoors ações na rua, e a coisa não estava muito boa na época tanto para o cliente quanto para nós. Na reunião ele se dirigiu ao cliente e disse: se você quer fazer tantas coisas assim porque me chamou?, e o cliente respondeu: é que no lançamento eu fiz. Ele logo respondeu: é por isso que sobraram tantos, e foi com mais ou menos 5 anuncios de classificados bem feitinho que vendemos tudo. A propaganda é uma ferramenta do marketing infinita, não adianta enfeitar o pavão demais; ele já é lindo. Alguém pode achar que não podera comprá-lo, me disse um dia, e assim era seu jeito.
Amava demais a propaganda e sua esposa Marilena
como ele sempre dizia: você é apenas um jovem rapaz.
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