Usando bomba
Trecho de matéria de Leonardo Coutinho na Veja desta semana:
Existe no Brasil uma “técnica de pesca” bastante peculiar – a que lança mão de explosivos. É isso mesmo que você leu: o energúmeno joga na água dinamite em quantidade suficiente para aniquilar qualquer forma de vida marinha em um raio de até 250 metros, e chama essa depredação de pesca. Os peixes, crustáceos e moluscos mais próximos de onde a bomba foi lançada são estilhaçados e, por isso, desprezados. São recolhidos apenas os espécimes mortos pela onda de energia produzida pela explosão. Apesar de eles terem as espinhas trituradas e as vísceras dilaceradas pelo impacto, o aspecto pastoso não impede sua comercialização. Como se não bastasse a selvageria da matança, no local onde os explosivos são arremessados, os recifes de corais dão lugar a crateras. Os primeiros registros do uso de bombas na pesca remontam a meados do século XIX. Cem anos depois, a prática continuava em voga no litoral do Rio de Janeiro (o atacante Garrincha, por exemplo, era um adepto desse tipo de “pescaria”). Ela só foi considerada crime em 1967. Quem a emprega pode ser punido com até cinco anos de cadeia. A edição da lei não impediu que explosivos continuassem a ser usados na costa brasileira.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.