Osmar Dias e as pesquisas

De Fábio Campana:

Osmar Dias diz que não vê utilidade em pesquisas de opinião com tanta antecedência. Refere-se aos Ibopes e Datafolhas que rolam na praça e na mídia sobre a disputa de outubro de 2010. Seu raciocínio corre sobre o fio da lógica. E se sustenta sobre os exemplos do passado recente. Senão, vejamos: Em 1990, as pesquisas de ano e meio antes das eleições mostravam o ex-governador José Richa à frente e imbatível. Venceu Roberto Requião, que no segundo turno teve ainda que ultrapassar José Carlos Martinez, no famoso affair Ferreirinha. Em 1994, Alvaro Dias estava disparado na frente em todos os institutos. Um ano e meio depois, venceu Jaime Lerner, que parecia fadado à derrota. Em 1998, foi a vez de Requião enfrentar Jaime Lerner. Nem titubeou. As pesquisas lhe garantiam que Lerner estava em decadência e perderia a eleição. Deu novamente o contrário. Requião foi derrotado e Lerner cumpriu seu segundo mandato. Em 2002, fim da era Lerner, Alvaro e Requião foram ao confronto. Em todas as bolsas de apostas Alvaro Dias era o favorito, como indicavam as pesquisas de opinião. Ora, pois, Alvaro deitou-se sobre os louros e perdeu o pleito. Requião foi vitorioso. Em 2006, o desafiante de Requião foi o próprio Osmar Dias. As pesquisas diziam que Requião venceria com folgas e no primeiro turno. Deu segundo turno. Requião era novamente o favorito e dias antes da eleição houve pesquisa que o apresentou com 17 pontos percentuais na frente de Osmar. No final, deu o que deu, Requião ganhou com as calças nas mãos. Por essas e outras, Osmar Dias decidiu que não comenta pesquisas e que dá valor relativo a elas nesta etapa da campanha eleitoral. De algo tem absoluta convicção. Não serão as pesquisas de agora que influirão ou definirão a eleição de outubro do ano que vem.