Muito bom mesmo seu texto. Uma contribuição valiosa neste debate. O frustrante é perceber que quase sempre o que decide as questões relevantes duma cidade não é debate público, democrático e bem fundamentado na busca dum consenso em vista do bem comum. Mas continuemos. A democracia é um exercício. Genivaldo
É Rigon, acho que te vi na quinta panfletando um texto muito legal, ali nas imediações do covil, quer dizer, prefeitura. Até comentei no Maringá, Maringá...tô sonhand com o dia em que a gente d6e uma de louco mesmo, do tipo Greenpeae...depositar rosas nas calçadas da Rodoviária...ia ser bárbaro!!!!
Uma análise das matérias que o Diario tem publicado sobre o Terminal Américo Dias Ferraz evidencia seu alinhamento com os interesses da prefeitura em demolir o lugar. Outro dia a jornalista Juliana Daibert assinou uma matéria que nas entrelinhas louvava o tal centro cultural que a prefeitura quer construir no local. Omitindo -por não saber ou por querer - que o projeto principal é a edificação de duas torres (cada uma de 36 andares). O centro cultural foi colocado para atender a necessidade de fins públicos, para justificar uma eventual desapropriação -que hoje ao que tudo indica já não mais é possivel - e minimizar os interesses imobilíários. Entendendo isto fica fácil de saber por qual motivo sua opinião - bem fundamentada - não foi publicada pelo O Diario.
Caro Rigon, ja saiu no O Diario e no teu blog tb, mas vale apena reler, pois é muito atual.
Derrubar para quê? Trata se de um dos melhores endereços do centro de Maringá, agregando vigor arquitetônico, significado histórico e localização privilegiada. Derrubar para construir prédio comercial? Para quê? Para quem? Talvez, a última pergunta seja mais pertinente para este caso. A antiga rodoviária de Maringá, datada de meados do século, não é cortejada pela Prefeitura de Maringá, ao contrário do que acontece na capital do Estado (e diga-se de passagem “bela capital”). Em Curitiba, a preservação é uma das maneiras de preservar a cultura e a história da cidade, que tem mais de 300 anos. A exemplo, podemos citar casos distintos. Coincidência ou não, a rodoviária antiga de Curitiba é um deles. Construída nos anos 40, no centro velho da cidade, projeto do arquiteto João Batista Vilanova Artigas, está totalmente preservada. Está tombada pelo município há mais de 20 anos e é, portanto, patrimônio do povo. E o caso mais recente, o prédio da RFFSA, que foi construído na década de 50, também é Unidade de Interesse de Preservação (UIP) da Prefeitura de Curitiba, desde o ano passado. Por que lá existe essa consciência de preservação e aqui consciência de destruição? Outro caso de maior envergadura é o da Santa Casa de Curitiba, com papel educacional para alunos de Medicina, na Praça Ruy Barbosa, foi salva pelo bom senso dos curadores da instituição, quando no final dos anos 80, um grupo português de supermercados quis comprar a edificação, que não tem preço, pois é bem inalienável da alma de Curitiba. Os empresários prometeram mundos e fundos. Queriam dar em troca um novo hospital, amplo, superequipado, mas no lugar da Santa Casa nasceria “apenas” um shopping center. E o valor imaterial do imóvel? “Que valor é esse, como é calculado?”, perguntaram os interessados na transação, com as entonações e vozes dos só comprometidos com o lucro. No caso de Maringá, será que a falta de terrenos no centro da cidade é um dos motivos para a não preservação do prédio? O Novo Centro não fica a menos de 50 metros da rodoviária? Não se fala em centro cívico para desafogar o trânsito de Maringá e concentrar os poderes em áreas menos centrais? E porque prédio de 30 ou 40 andares no centro? Afinal, querem desafogar o centro ou afogar mais? De quem é o interesse? Quem ganha e quem perde? Qual o valor imaterial do imóvel?
(Pedro Donida), do Instituto Histórico e Geografico do Paraná.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.
5 pitacos:
Muito bom mesmo seu texto. Uma contribuição valiosa neste debate. O frustrante é perceber que quase sempre o que decide as questões relevantes duma cidade não é debate público, democrático e bem fundamentado na busca dum consenso em vista do bem comum. Mas continuemos. A democracia é um exercício.
Genivaldo
É Rigon, acho que te vi na quinta panfletando um texto muito legal, ali nas imediações do covil, quer dizer, prefeitura. Até comentei no Maringá, Maringá...tô sonhand com o dia em que a gente d6e uma de louco mesmo, do tipo Greenpeae...depositar rosas nas calçadas da Rodoviária...ia ser bárbaro!!!!
Rigon, agradeço muito a divulgação! Obrigado!
Gustavo Teramatsu
Uma análise das matérias que o Diario tem publicado sobre o Terminal Américo Dias Ferraz evidencia seu alinhamento com os interesses da prefeitura em demolir o lugar.
Outro dia a jornalista Juliana Daibert assinou uma matéria que nas entrelinhas louvava o tal centro cultural que a prefeitura quer construir no local. Omitindo -por não saber ou por querer - que o projeto principal é a edificação de duas torres (cada uma de 36 andares). O centro cultural foi colocado para atender a necessidade de fins públicos, para justificar uma eventual desapropriação -que hoje ao que tudo indica já não mais é possivel - e minimizar os interesses imobilíários. Entendendo isto fica fácil de saber por qual motivo sua opinião - bem fundamentada - não foi publicada pelo O Diario.
Theodora
Caro Rigon, ja saiu no O Diario e no teu blog tb, mas vale apena reler, pois é muito atual.
Derrubar para quê?
Trata se de um dos melhores endereços do centro de Maringá, agregando vigor arquitetônico, significado histórico e localização privilegiada. Derrubar para construir prédio comercial? Para quê? Para quem? Talvez, a última pergunta seja mais pertinente para este caso.
A antiga rodoviária de Maringá, datada de meados do século, não é cortejada pela Prefeitura de Maringá, ao contrário do que acontece na capital do Estado (e diga-se de passagem “bela capital”). Em Curitiba, a preservação é uma das maneiras de preservar a cultura e a história da cidade, que tem mais de 300 anos.
A exemplo, podemos citar casos distintos. Coincidência ou não, a rodoviária antiga de Curitiba é um deles. Construída nos anos 40, no centro velho da cidade, projeto do arquiteto João Batista Vilanova Artigas, está totalmente preservada. Está tombada pelo município há mais de 20 anos e é, portanto, patrimônio do povo. E o caso mais recente, o prédio da RFFSA, que foi construído na década de 50, também é Unidade de Interesse de Preservação (UIP) da Prefeitura de Curitiba, desde o ano passado. Por que lá existe essa consciência de preservação e aqui consciência de destruição?
Outro caso de maior envergadura é o da Santa Casa de Curitiba, com papel educacional para alunos de Medicina, na Praça Ruy Barbosa, foi salva pelo bom senso dos curadores da instituição, quando no final dos anos 80, um grupo português de supermercados quis comprar a edificação, que não tem preço, pois é bem inalienável da alma de Curitiba.
Os empresários prometeram mundos e fundos. Queriam dar em troca um novo hospital, amplo, superequipado, mas no lugar da Santa Casa nasceria “apenas” um shopping center. E o valor imaterial do imóvel? “Que valor é esse, como é calculado?”, perguntaram os interessados na transação, com as entonações e vozes dos só comprometidos com o lucro.
No caso de Maringá, será que a falta de terrenos no centro da cidade é um dos motivos para a não preservação do prédio?
O Novo Centro não fica a menos de 50 metros da rodoviária? Não se fala em centro cívico para desafogar o trânsito de Maringá e concentrar os poderes em áreas menos centrais?
E porque prédio de 30 ou 40 andares no centro? Afinal, querem desafogar o centro ou afogar mais?
De quem é o interesse?
Quem ganha e quem perde?
Qual o valor imaterial do imóvel?
(Pedro Donida), do Instituto Histórico e Geografico do Paraná.
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Vê lá o que vai escrever! Evite agressão e preconceito. Eu não vou mais colocar xizinho; na dúvida, não libero o comentário.