23.12.08

Mais vale perder um minuto na vida....

De Maria Newnum:

Desenvolvi o prazer da “direção defensiva”; aquela que colabora para a fluência solidária no trânsito. Hoje sou consciente que o espaço do trânsito não é individual. É espaço coletivo onde acontecem trocas bonitas de gentilezas. Nesse espaço, cada um tem a oportunidade de revelar o que há de melhor de si; ajudando, inclusive pessoas que acreditam equivocadamente, que uma fração de segundos recompensará o “pecado” de sair atrasado de casa.
Na íntegra.

4 pitacos:

Anônimo,  10:42  

Concordo em partes com Vossa Senhoria Dona Maria Newnum e realmente a direção defensiva, a qual me foi ensinada exaustivas vezes pelo Cap. Abelardo em inúmeros cursos na empresa onde eu prestava serviços, ajuda a resolver muitos problemas causados por pessoas inabilitadas para o trânsito, mas que, por algum motivo, foi “aprovada” para conduzir um veículo com quase uma tonelada em velocidades superiores a 100 km/h.
O problema não é perder um minuto na vida, até porque um minuto em uma vida inteirinha, é nada se comparado a grão de areia numa praia. Mas, se trata de fluência de trânsito, de seguir o caminho, de evoluir, andar, chegar ao destino. O problema é perder 15, 20 minutos por dia, um dia atrás do outro, todo dia, por problemas causados por pessoas que realmente não tem nenhum respeito pelo outro motorista, a não ser o de se dar bem, é o Pateta, o “Senhor Volante”, aquele ser pacato que quando entra no carro se transforma no mais imbecil de todos os imbecis.
Esses andam a 20 Km/h onde a velocidade é de 60 Km/h e geralmente andam em pares, um do lado do outro, impedindo quem quer que seja de passar por eles. Param geralmente bem antes do sinal porque espera ele ficar vermelho, afinal, duas lâmpadas verdes não darão tempo suficiente para que o carro com motor 1.0 do infeliz consiga acelerar nem se quer um pouquinho e consiga passar a tempo. E, na seqüência, vendo que o infeliz vai parar o carro, os pedestres já invadem a faixa de pedestres, pois não olham o sinal e sim os carros e já que o infeliz parou, vamos embora todo mundo, afinal, estamos na faixa.
Pára em fila dupla para descer alguém, ou subir, ou até conversar com um amigo que está na beirada da calçada, buzina para alguém de dentro do estabelecimento trazer alguma coisa que esqueceu, e etc. Enquanto isso, os trouxas fazem fila atrás, esperando o (a) “gostosão (ona)” resolver andar e se buzinamos? Imagina, somos imbecis, ou babacas como diz seu marido, sem paciência, ignorantes, maus motoristas, afinal, temos que ter paciência não é? Nosso tempo não vale nada, a prioridade é sempre do outro.
E fazer curvas? Conversões? Os supostos motoristas metem o pé no freio, no meio da rua, diminuem até quase parar, geralmente sem dar seta, depois colocam em primeira e vão bem devagarzinho, quase estacionando (com medo de o carro capotar, decerto) até deixarem o bico do carro na esquina e a TRAZEIRA na pista de rolagem, fazendo com que os motoristas da esquerda “empurrem” os da direita para que caibam dois carros e meio na pista. Isso é batata, é só parar em qualquer sinal no novo centro ou na Av. Pedro Taques com a Mauá. Se for caminhão então e ônibus TCCC daí a coisa é feia e entope tudo mesmo.
Se a Senhora sair pela Avenida Duque de Caxias, com a Av. XV de Novembro, quando o sinal abre, a senhora, a 30 Km por hora, perfeitamente dentro da lei, chegará até a Rua Joubert de Carvalho, sem parar em nenhum sinal entre esse trecho. São três sinais em sincronia que é o da Néo, o da Santos Dumont e o da Brasil. Mas é o que acontece? Não. Os motoristas simplesmente não andam e, na maioria das vezes impedem o fluxo normal de veículos, sempre em pares, um do lado do outro. Se ao menos andassem um atrás do outro, do lado direito da pista, mas não.
De manhã então nem se fala. As pessoas simplesmente não acordam. Andam como zumbis, dormindo e fazendo “cácas” uma atrás da outra. Não conseguem sequer manter o veículo na pista, que é dividida por faixas pintadas no asfalto. Deveriam pagar dois IPVA’s já que vão usar as duas pistas mesmo.
Portanto não se trata de direção defensiva, mas simplesmente de as pessoas respeitarem-se mutuamente e de fazer com que o fluxo de veículos ande, evolua, siga em frente. Está mais para imperícia, negligência ou imprudência mesmo. Algo tipificado em nosso Código Penal e no novo Código de Trânsito.

Miguel

Anônimo,  12:18  

Essa é a diferença de quem dirige e sente o prazer de fazê-lo. Conciente, sabe que o resultado é bom para todo mundo. Ainda, leva consigo a sensação impagável de prazer que a convivência de paz com mundo produz a quem vive em sintonia com o bem estar. Gentilezas, que é regra no trânsito, além de segurança, é uma demonstração de civilidade, cidadania.É de pessoas como você que o mundo precisa para torná-lo melhor.

Anônimo,  16:21  

Assino embaixo na questão da direção defensiva e acrescento um outro tipo de direção , sobre a qual refleti quando fui renovar minha carteira este mês: a direção solidária. Claro que se é defensiva é solidária, mas a direção solidária que imagino vai além. Pequenos gestos como deixar alguém que está em apuros passar, mesmo que você tenha que segurar um pouco a fila que vem atrás, são significativos e tornam o transito mais humano. É um horror você está tentando dar uma ré para sair de uma situação embaraçosa e quem vem atrás não compreende esta necessidade e é capaz de provocar um abalroamento desnecessário e estúpito. A direção defensiva e o componente da solidariedade melhoraria muito o trânsiro, evitando batidas e brigas absurdas.
Parabéns Maria Newnum.
Messias Mendes

Anônimo,  22:51  

Queridos/as obrigado pelo incentivo e palavras tão bonitas...

Gostei muito do que disseram; mas Messias Mendes realmente dá uma dica importante da direção solídária. É claro que nosso sangue ferve quando vemos alguém imperrando o tráfego; mas muitas vezes isso acontece porque a pessoa está tendo um dia ruim ou simplesmente porque falta solidariedade para ajudá-la a estacionar na única vaga que encontrou depois de dar mil voltas.

Penso que outra prática que poderíamos a dotar é a carona solidária pois há mais carros que nossa cidade pode comportar, não é Miguel?

Outra prática é sair a pé, sempre que possível. Aqui em casa usamos muito pouco o carro, fazemos compras semanais de supermercado na Internet.

Caminhar faz bem e ainda livra-mos dos flanelinhas. Já ouve situações que pegamaos um taxi para voltar para casa depois de um jantar '[e mais prático e aqui com dez reais você cruza a cidade...

Obrigado,

Um abraço e Feliz Natal a todos/as,

Maria Newnum

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