Engolindo a seco

Os chamados novatos eleitos para a Câmara Municipal de Maringá, de partidos que integram o condomínio dos Barros, queriam até dias atrás um nome novo para assumir a presidência do Legislativo. Acreditavam que um nome que não estivesse ligado aos vícios das últimas administrações (leia-se John Alves) faria bem à imagem dos vereadores e da câmara como um todo. Esta decisão parecia inabalável, a começar do mais votado, Wellington Andrade - uma decepção que amanhã senta em sua cadeira menor do que quando foi eleito.
A questão, no entanto, era uma só: quem iria colocar o guizo no gato? No caso, figura de linguagem, o deputado federal Ricardo Barros (PP), que é quem manda na administração e em boa parte da política local. Barros quer manter o núcleo de John Alves, mas os vereadores novatos não queriam - pois significa carregar a desgastada imagem do Legislativo por mais uma legislatura, e colocaria em risco pretensões políticas dos que querem ter mais de um mandato de vereador. Como ninguém teve coragem de colocar o guizo no gato - ou seja, de informar ao "chefe"o que pensavam - prevaleceu a vontade dos Barros, o que fez alguns vereadores eleitos amargarem uma cruel mudança de postura antes mesmo de assumir o cargo.