22.10.08

Marx e o 29 de Setembro Negro de 2008

Um excerto de O Capital que segundo o historiador Roberto Batista é interessante para ilustrar a atual crise financeira internacional:

“Em um sistema de produção onde toda a continuidade do processo de reprodução depende do crédito, quando este acaba subitamente e somente transações com dinheiro passam a ser aceitas, é inevitável que ocorra uma crise, uma tremenda demanda por meios de pagamento. É por isso que, à primeira vista, a crise inteira parece ser somente uma crise de crédito e de moeda. E de fato trata-se apenas da conversibilidade de letras de câmbio em dinheiro. No entanto, a maioria destes papéis representam compras e vendas reais, cuja extensão – para muito além das necessidades da sociedade – é, afinal, a base de toda a crise. Ao mesmo tempo, há uma quantidade enorme destas letras de câmbio que representam mera especulação, que agora revela sua face e colapsa; especulação fracassada com o capital de outras pessoas, com o capital-mercadoria depreciado ou invendável, ou com ganhos que nunca mais poderão ser realizados. Todo esse sistema artificial de expansão forçada do processo de reprodução evidentemente não pode ser resolvido com um banco, por exemplo, o Banco da Inglaterra, entregando a todos esses especuladores o capital que lhes falta através de seus títulos, comprando mercadorias depreciadas a seus antigos valores nominais. Aliás, é nesse momento que tudo começa a parecer distorcido, já que nesse mundo de papel, o preço real e seus fatores reais desaparecem, deixando visível somente metais, moedas, cédulas, letras de câmbio e títulos.”
Karl Marx, O Capital, vol. 3, cap. XXX

9 pitacos:

Anônimo,  15:22  

Na verdade tudo isso é um evento que já passamos por aqui que é a venda de papéis sem lastro. Ex. Investimentos em "Boi Gordo", avestruz, etc...

Os tontos compram os papéis, dizem que existe mas não existe porra nenhuma...

Daí o castelo de cartas se desmorona...

Anônimo,  15:23  

Sujeito inteligente esse Marx - Atualiíssimo. Não é a toa que os que o lêem se apaixonam por uma sociedade de bens, matéria e igualitária ... Tudo o que a sociedade não o é, vive de promessas, fantasias e PODER.
Para quem se interessar em entender bem esta crise, procure ler diversos artigos da última revista Época.

Anônimo,  15:25  

O pior, o país que determinou e fomentou a crise tem sua moeda valorizada em todo o mundo. Este é o maior dos absurdos. Nuuuuuunca visto isto no mundo da fantasia. Ou será que esta é a fantasia real.

Anônimo,  16:59  

O Marx não precisava de crédito porque era mantido pelos parentes. Nunca visitou uma fábrica e tinha horror ao trabalho, como a esquerda atual. O crédito é o abc de uma economia. Dou cheques pré-datados com base naquilo que vou ganhar nos meses seguintes. Se o patrão não me demite, honro os compromissos, caso leve o pé no traseiro, terei que procurar outra maneira de pagar ou ficou no gancho até achar outro emprego. Assim é a economia de um país, do mundo. O que seria da cada um se nao fosse o crédito. O problema é a falta de regras. Todos os otários que acreditam no Marx devem uma carrada de dinheiro e não teriam casa, carro, geladeira etc. se não fosse o crédito. Querem restaurar a URSS, a Albânia ou querem transformar o mundo em uma grande Cuba? Ninguém, principalmente os marxistas, quer andar de chinelo de dedo. Todo mundo quer algo mais. Foi por isso que inventaram o crédito. Um bom finaciamento pode mudar a história de uma família, de uma cidade, um estado, um país. Acordem!

Anônimo,  17:01  

Estão querendo refundar o capitalismo.
Devemos refudar os protestos e organização dos trabalhadores.

Anônimo,  17:49  

O anônimo das 16:59 não consegue ver o mundo além de seu sapato italiano(?), seu carro, casa e sua ostentação (tudo financiado). Ele é um explorado feliz pq certamente se arrogou a esperto da parada e explora mais um bando de gente em situação pior do que a dele, que não tem cacife do papai pra obter crédito e só podem vender sua força de trabalho. Ainda bem que sou otário e consigo viver dignamente, sem precisar explorar ninguém. Interessante, mas ainda não consegui conhecer um esperto honesto. Deve exitir.

Anônimo,  20:52  

Alguém comprou um mundaréu de dólares quando seu valor estava depreciado em relação às outras moedas. Talvez seus próprios emissores, os precursores da crise. E o que é que mais tem valor nesse momento? E que está todo mundo louquinho por ela? A moeda que, não por coincidência tem o olho que tudo vê e serve para todas as transaçoes comerciais do mundo. Quem a quiser terá de pagar quase o dobro do que valia. Do outro lado, os preços das nossas commodities agrícolas valem a metade do que valiam, na época de se importar insumos e sementes para o plantio. Como gostamos de ser explorados, vamos exportar o dobro para ganharmos a metade, pagando para produzir produtos de ótima qualidade. Essa diferença, a viuva banca, como banca o risco dos bancos quebrarem por dívidas que nunca serão saldadas.
Ivan

Anônimo,  21:39  

Bom debate.
Pena que entra uns tontos que não sabe o que é dialética. Mas serve para serem refutados.
Convido esses para ouvir a fala do Prof Jorge no espaço Marx toda quinta no CAP da Uem. 17:30 se não me engano.

Anônimo,  08:38  

O PROFESSOR JORGE (DA UEM!?) E MARX? QUE DEUS TENHA PIEDADE DE NÓS. ALIÁS, A UEM É UMA TETONA PARA ESSA GENTE QUE SE INTITULA MARXISTA. ESSA GENTE E OS BARROS TÊM OS MESMOS OBJETIVOS. O ANÔNIMO DAS 17H49 SE ENQUADRA NO PERFIL. DEVE VIVER DE ALGUMA BOQUINHA PÚBLICA E SE ORGULHA DE "NÃO EXPLORAR" NINGUÉM. EXATAMENTE O QUE A CASTA DA URSS FAZIA. A SOLUÇÃO É DOMESTICAR O MERCADO COM GESTÃO GOVERNAMENTAL EFICIENTE. O NEOSOCIALISMO EUROPEU PODE SER A SAÍDA. E QUEM QUISER ALGUMA COISA MAIS AO GOSTO DO ANÔNIMO DAS 17H49, PODE IRA PRA CHINA. GANHA 30 DÓLARES POR MÊS, TRABALHA 12 HORAS POR DIA E NÃO TEM DIREITO A FÉRIAS. MAS PODE TENTAR FICAR RICO NO MERCADO NEGRO QUE O SOCIALISMO DE LÁ CRIOU COMO EM TODO O MUNDO.

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